Negociações sobre concessão da Telefônica no TCU vão até maio

Telefônica Vivo, assim como a Oi, busca equacionar a sustentabilidade da concessão no estado de São Paulo junto à Anatel perante o TCU.

(crédito: Freepik)

As negociações entre Telefônica Brasil e Anatel perante o Tribunal de Contas da União (TCU) vão até maio, informou hoje, 21, o CEO da operadora, Christian Gebara. A corte aceitou o pedido para iniciar processo de busca por uma solução consensual a respeito do valor da concessão de telefonia fixa, que no caso da empresa, compreende o estado de São Paulo, em 23 de janeiro.

“Existe um desequilíbrio e insustentabilidade da concessão há muitos anos, que tem um valor muito elevado em compromissos. Nós apresentamos um valor, a Antel pede outro valor em relação Com esses dois valores estamos tentando fazer o encontro de contas e chegar a uma solução consensual”, falou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 21.

A discussão se dá em um contexto de perda do interesse, por parte do consumidor, dos serviços prestados pela concessão – no caso, a telefonia fixa. E também demanda banda larga em alta velocidade, que o par de cobre utilizado pelas concessionárias não é capaz de suprir, reduzindo a possibilidade de geração de receitas acessórias sobre a infraestrutura para a operadora.

Em 2022, a Telefônica Vivo tinha 404 mil assinantes de banda larga na tecnologia xDSL, que utiliza o cobre. Ao fim de 2023, o número caiu para 236 mil. “A migração é natural dos clientes. Existe demanda por velocidades mais elevadas que a oferecida pelo cobre. Nós temos feito overlay de cobre por fibra em São Paulo. Mas é um mercado competitivo e muitos clientes optam por ir a outros provedores em fibra. Mas não temos um objetivo evidente de migrar todos os clientes em cobre este ano, porque não temos a rede em todos os lugares. O cliente sempre tem a opção do 4G, do 5G, de ir para outros provedores com fibra na área”, completou Gebara.

O executivo explica que também infraestruturas críticas relacionadas à concessão, como backbone em São Paulo, não são suficientes para as necessidades da Vivo, que fez seu backbone nacional para levar telefonia móvel e banda larga em todo o Brasil e em São Paulo. “O backbone da Telefônica é único, super relevante, mas cresceu muito além. Está no brasil inteiro, vai muito além da concessão. Tudo o que temos de ativo concedido é utilizado, mas já superamos a necessidade em muito e fomos além”, falou.

Ainda assim, Gebara afirma que a Telefônica Vivo está empenhada na busca pelo consenso com a Anatel perante o TCU. “É importante haver a migração da concessão para garantir mais investimentos em fibra, em novas tecnologias, o Brasil é continental e precisa de mais tecnologia”, avaliou.

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Rafael Bucco

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