Redes móveis e eSIM devem estimular adoção de IoT no mundo

Relatório indica que 4G, 5G e chips virtuais são as tecnologias habilitadoras da conectividade incorporada em equipamentos; no entanto, custos operacionais e exigências regulatórias são desafios
5G e eSIM devem impulsionar IoT e conectividade incorporada, diz relatório
Conectividade incorporada, como IoT, deve ganhar impulso com redes móveis 4G e 5G e chips eSIM (crédito: Freepik)

À medida que as redes 4G e 5G crescem e chips virtuais (eSIM) são incorporados a mais dispositivos, abre-se caminho para que a conectividade celular chegue a mais equipamentos, tanto os de uso cotidiano como máquinas para operações industriais. No entanto, o custo para manter dispositivos conectados todo o tempo e a necessidade de adaptação dos módulos de conexão conforme as regras de cada país podem dificultar a adoção de tecnologias como Internet das Coisas (IoT) em larga escala.

É o que indica o estudo The Case for Embedded Cellular Connectivity (O caso da conectividade celular incorporada, em tradução livre), publicado por Mobile World Live e Tata Communications. Segundo o relatório, redes móveis de quarta e quinta gerações e chips eSIM são os facilitadores técnicos da conectividade incorporada.

Inclusive, a GSMA Intelligence, unidade de pesquisa da associação global de operadoras, projeta que haverá 5,3 bilhões de conexões celulares ativas dedicadas a IoT em 2030 – no início da década, o total chegava a 1,9 bilhão.

Na avaliação dos pesquisadores, o sinal móvel tem capacidade de manter dispositivos conectados continuamente, o que se mostra importante para aplicações críticas, como as de saúde e da indústria de automação. Além disso, a conectividade contínua permite que dados sejam coletados e analisados em tempo real, em vez de aguardar por uploads em áreas com WiFi disponível.

O estudo ainda sugere que, para que este tipo de tecnologia deslanche, as fabricantes precisam ofertar soluções personalizáveis que sejam capazes de ativar e desativar as conexões conforme o necessário e alternar entre diferentes formas de conectividade à medida que o dispositivo é movido de um lugar para outro. Para ganhar escala, ofertar uma única versão de um dispositivo conectado para uso em qualquer lugar do mundo também seria o ideal.

“Embora incorporar módulos celulares em uma fábrica eleve antecipadamente custos de produção, eles poderiam gerar poupança a longo prazo”, diz o estudo. “Uma conexão celular incorporada poderia eliminar a necessidade de hardware adicional, como WiFi ou módulos Bluetooth, e reduzir requisitos de manutenção e suporte. O resultado líquido poderia ser reduções de custos significativas ao longo do ciclo de vida do produto”, complementa.

Outra vantagem apontada no documento é a possibilidade de atualizar os dispositivos (software e firmware) remotamente ao longo do tempo, sem a necessidade de recall de produtos físicos ou substituições.

Desafios

O estudo aponta que a conectividade incorporada ainda precisa superar alguns desafios, como o custo financeiro de integração da tecnologia em equipamentos. Todavia, o maior obstáculo é o fato de que cada país tem um arranjo regulatório específico.

“Um dos maiores desafios para uma multinacional incorporar conectividade celular em seus produtos pode ser simplesmente a diferença na disponibilidade de espectro em diferentes mercados”, sinaliza o relatório. “As empresas multinacionais, em particular, necessitam de flexibilidade para adaptar a conectividade celular aos requisitos específicos de seus casos de uso e às restrições regulatórias e operacionais distintas nos mercados em que operam”, pontua.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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