Três grupos de bondholders, donos US$ 6 bilhões em títulos de dívida da concessionária, defendem que mudanças propostas são "inaceitáveis" e que os administradores da empresa "continuam a ignorar os melhores interesses do Grupo Oi".
CEO da operadora diz que plano aprovado ontem pelo conselho de administração é melhor do que proposta dos bondholders que se associaram a Naguib Sawiris. Esses credores, únicos a formalizarem proposta, elevaram o tom na cobrança de uma posição da operadora nesta semana.
Aos bancos, vai propor pagamento da dívida em até 16 anos, com carência de seis anos. Compromete-se, também, a destinar o valor da venda da Africatel à quitação de títulos de credores, e limitar a distribuição de dividendos até que a dívida líquida seja menor que 2,5 vezes o EBITDA.
Grupo Ad Hoc de bondholders afirma que a falta de resposta gera desconfiança entre investidores internacionais: "Se os credores forem tratados injustamente ou a Companhia acabe em liquidação porque seus controladores, com o apoio dos membros do conselho de administração, procuram promover seus interesses em detrimento do interesse de todas as outras partes interessadas, o custo para o Brasil pode ser enorme".
O plano alternativo de reorganização da companhia tinha validade até 28 de fevereiro e foi apresentado pelo Steering Commitee e Orascom TMT Investments, do egípcio Naguib Sawiris.
Visão é que proposta de mediação acatada pela 7 Vara Empresarial do Rio de Janeiro representa "compra de voto". Oi diz que é forma de garantir a representação dos pequenos credores em assembleia que definirá futuro da recuperação judicial.
Companhia diz, em comunicado ao mercado, que proposta continua em estudo, bem como mantém a revisão do plano próprio de recuperação, apresentado em setembro.
Recuperação em debate na operadora fez ações dispararem na sexta-feira, 27, e levou a CVM a questionar motivos das movimentações atípicas com ações da companhia. Conselho vota esta semana novo plano.
O conselho diretor permitiu a posse de novos integrantes no Conselho de Administração da Oi indicados pelo Société Mondiale e pela Pharol, mas vetou dois indicados pelo Societé aos cargos de conselheiros independentes suplentes. E impôs condicionamentos.
Plano prevê tomada de 95% da empresa por credores em troca do perdão de R$ 24,82 bilhões em dívida de títulos, oferta pública de ações de US$ 1 bilhão e conta com aprovação do TAC da Anatel, que converte multas em investimento.
Companhia se beneficiou da valorização do Real frente a moedas em que está endividada. O resultado operacional apresenta queda, com EBITDA encolhendo 40% em outubro se comparado a setembro.
Marco Schroeder, CEO da Oi, diz não ver entrada de novo investidor como solução para endividamento da companhia e afirma que credores estão propensos a aceitar troca de dívida por ações.
A Anatel divulgou agora pela manhã um comunicado indicando o técnico Filipe de Andrade para representá-la na reunião de conciliação com a Oi, marcada pela Justiça. O presidente da agência, Juarez Quadros, explicou aos jornalistas que a agência só irá tratar das multas que estão em sua esfera (no valor de cerca de R$ 8,5 bilhões do total dos R$ 20 bi anunciados) , visto que, das multas que já estão na esfera judicial, a AGU não abre mão. Estarão presentes também na reunião, que acontece agora à tarde, no Rio Janeiro, representantes do TCU e da própria Advocacia Geral da União.
A Oi apresenta na primeira reunião de conciliação de sua recuperação judicial a proposta de resgatar a 30% de sua dívida com o governo em investimentos, prestação de serviço em uma bolsa família para a população de baixa renda e para órgãos do governo. AGU ainda insiste em tirar as multas da RJ e presidente da Oi, avisa que essa medida iria "inviabilizar a companhia"
Segundo a Carlos Eduardo Medeiros, da operadora, os serviços da empresa continuam a ser desempenhados normalmente na recuperação judicial. Os índices de reclamação da Senacom não mudaram confirma Ministério da Justiça.
O interesse do grupo egípcio em se tornar sócio da Oi se amplia na medida em que o seu principal interlocutor, o bilionário Naguib Sawiris, também amplia o seu contato com Brasília. Se o investidor só falava com os interlocutores do Palácio do Planalto, agora resolveu ir para os reguladores e encontra-se na sexta com a Anatel. Em outra frente, o presidente da agência disse na Câmara que ainda não sabe o que esperar da reunião de conciliação do dia 26 e alertou que a Oi tem que pagar as dívidas com os consumidores, pois eles não estão na RJ
O presidente da Anatel disse que a Oi deve pagar as dívidas com o consumidor pois elas não estão na recuperação judicial.
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