Proposta da Anatel para uso dos 6 GHz será remetida à Citel nesta semana
A área técnica da Anatel já tem o texto quase final da proposta que enviará na sexta-feira, 19, à Comissão Interamericana de Telecomunicações (Citel) para a harmonização dos requisitos de uso da frequência de 6 GHz (faixa de 5.925 MHz a 7.125 MHz) nas Américas.
A proposta passará agora por avaliação dos conselheiros da agência e pelos superintendentes, que poderão – ou não – propor alterações. A expectativa dos técnicos da agência, porém, é que eventuais alterações sejam pequenas e não modifiquem a ideia de destinar a faixa de 6 GHz para uso não licenciado na região.
A intenção na agência é que o assunto seja tratado já na próxima reunião do CCP.II da Citel, prevista para acontecer em abril. O CCP.II é o comitê responsável por preparar propostas para levar à Conferência Mundial de Rádio (WRC) da União Internacional de Telecomunicações (UIT).
Requisitos
A proposta se baseou em contribuição original da Qualcomm na Comissão Brasileira de Comunicação 2 (CBC-2), dedicada à área de radiocomunicação. O texto recebeu depois modificações propostas pela GSMA, com apoio de Globo e SES, além de Facebook e Intel. E passa agora avaliação derradeira dentro da agência reguladora, que pretende apresentar a regulamentação brasileira como referência à proposta de recomendação para a Citel.
Assim como no Brasil, a sugestão de harmonização para países que destinarem a frequências para o WiFi, com uso indoor, propõe potências de 24 dBm para aparelhos clientes e de 30 dBm para os pontos de acesso. Para sistemas de baixíssimo consumo de energia, a potência deve ser de 17 dBm, no máximo, com funcionamento possível, nesse caso, em situações outdoor também.
A agência defenderá que o uso dos 6 GHz para WiFi 6E (IEEE 802.11ax) permite o recorrer a até sete canais de 160 MHz sobrepostos, ampliando a capacidade de transmissão de dados da tecnologia. E já antevê a chegada do WiFi 7 (IEEE 802.11be), que poderá usar canais individuais de 320 MHz.
Cita que, no caso brasileiro, a expectativa é que a liberação dos 6 GHz para o WiFi resulte em benefícios que acrescentarão, somados, US$ 112,14 bilhões ao produto interno bruto até 2030.