Assembleia é novamente adiada e Oi avisa que está ficando sem caixa
Os credores da Oi decidiram adiar novamente a assembleia em que estão votando o novo plano de recuperação judicial da companhia. Ao todo, 58,51% dos titulares de dívida aceitaram postergar a deliberação para amanhã, quinta-feira, 18. A reunião será retomada às 14h. Como praxe, fica mantido também o stay period, em que todos ficam impedidos de realizar execuções contra a tele.
O adiamento foi solicitado pelos próprios credores. A empresa concordou, mas pontuou que a baixa do caixa no momento é grave.
“A Companhia já se manifestou nos autos e deixou claro que a intenção é ter um plano passível de ser aprovado. Como é um pedido da maioria, aceitamos. Mas reiterando que a companhia tem uma necessidade muito urgente de liquidez e isso foi posto de forma contundente nos autos, e o cronograma cada vez fica mais desafiador Portanto, na intenção de ter um plano passível de aprovação, e com a premissa de que seja uma postergação só até amanhã, a companhia está de acordo”, disse o representante da Oi.
O que dizem os credores
Em seus pedidos, os credores argumentaram que os trabalhos estão se alongando em função da complexidade do texto final que deverá ser apresentado. Além do plano em si, o material terá os contratos para quem colocar dinheiro novo, anexos e apêndices. “Estamos falando de mais de 3 mil páginas de documentos”, observou um dos advogados que representa torreiras e bondholders.
Também travam a conclusão termos da governança e da alienação de ativos. “Na nossa perspectiva, estamos perto de ter um plano finalizado com todas essas variáveis, mas ainda precisamos de algumas horas para chegar lá. Os credores só têm interesse em votar em um plano estabilizado”, avisou o advogado.
Representante de outro grupo de credores que também pediu a postergação afirmou que o objetivo é chegar a um texto que garanta a viabilidade operacional da empresa, uma vez haverá aporte de dinheiro novo.
Arnoldo Wald Filho, presidente da assembleia da Oi, aceitou que fosse adiada até 14h de amanhã. Mas defendeu que seja a última vez: “Está havendo excesso de pedidos de adiamentos, então que seja o último. Tem outros credores aqui, não apenas os com maioria, que gostariam de chegar à conclusão”.