Scanner de corpo em ondas milimétricas pode ser o mais novo sandbox da Anatel

A tecnologia, que usa frequência entre 71 GHz e 76 GHz, quando emitida, reflete na água contida na pele humana com com os sinais de reflexão da pele, o sistema projeta a silhueta do corpo humano na tela de operação

(Crédito: Freepik)

A tecnologia do scanner de corpo da empresa Rohde & Schwarz que utiliza as ondas milimétricas entre 71 GHz e 76 GHz poderá ser mais um projeto experimental regulatório (o sandbox regulatório da Anatel). Essa tecnologia, já usada em quase todos os continentes substituiria as máquinas instaladas nos aeroportos, além de poder ser usada em vários outros sistemas de segurança.

A empresa argumenta que, Diferentemente do detector de metais atualmente utilizado em aeroportos, complexos prisionais, indústrias, etc., o scanner corporal detecta qualquer tipo de material que o indivíduo, estiver portando (metal, não metal, líquido, gel, pó)”. Isso porque, afirma, a frequência de 70 a 80 GHz, quando emitida, reflete na água contida na pele humana, não sendo evasiva, portanto não prejudicial à saúde. E, com com os sinais de reflexão da pele, o sistema projeta a silhueta do corpo humano na tela de operação, que irá detectar e localizar, qualquer objeto que estiver portando. E, para garantir a privacidade do indivíduo, o sistema apresenta os resultados em forma de um “AVATAR” após o escaneamento de cada pessoa.

Scanner de corpo em outros países

Em outros países onde a tecnologia já está sendo comercializada, o equipamento não precisa de licença devido a sua baixíssima radiação, conhecido por  unlicensed device, mas no Brasil, qualquer equipamento que utiliza frequência, mesmo de baixa radiação, precisa da autorização prévia da Anatel.

Inicialmente, a área técnica da agência havia negado o pleito, tendo em vista que conforme o Plano de Atribuição, Destinação e Distribuição de Faixas de Radiofrequências aprovado em 2023 pela Anatel, que destinou essa faixa para os serviços fixo e móvel, e a todos os serviços compatíveis com os serviços fixo por satélite, móvel por satélite e radiodifusão por satélite.

O conselheiro Alexandre Freire, entendendo que ” a inovação tecnológica é um dos alicerces para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” e esse experimento “fomentaria a utilização de tecnologias inovadoras no setor de telecomunicações com o devido controle e acompanhamento da agência”, encaminhou a procuradoria especializada da Anatel o processo com a expectativa de que o sandbox possa ser aprovado.

Atualmente, dois são os projetos que estão sob o sandbox regulatório da Anatel: o reforçador e repetidor de sinal; e os sistemas satelitais em aplicações direct-to-device.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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