Ancine vai recomeçar do zero análise de compra da Time Warner pela AT&T/ SKY

Segundo Thiago Botelho, o conselho da Ancine aprovou o roteiro para a análise do processo, que começa com a busca de informações, passa pela consulta dos interessados, elaboração do parecer técnico e da análise da procuradoria.

O Conselho diretor da Ancine decidiu retomar a análise do processo de compra dos estúdios Time Warner pela operadora norte-americana AT&T, que é dona da brasileira Sky, parado há vários meses, depois que a área técnica emitiu um parecer que apontava os riscos da operação para o mercado de produção de conteúdo brasileiro.

Segundo Thiago Botelho, assessor parlamentar da agência, em audiência pública na Câmara dos Deputados, há “um sentimento de urgência” por parte da Ancine para tomar uma decisão sobre essa aquisição, decisão essa que não necessariamente precisará depender da palavra final da corte de justiça norte-americana.

Nos Estados Unidos, a aquisição, no valor de US$ 85 bilhões, foi aprovada pelo departamento de justiça brasileiro em junho deste ano, mas o processo está em fase de apelação a pedido do governo dos Estados Unidos.

Aqui no Brasil, o Cade – órgão de defesa anti-truste aprovou a operação em outubro do ano passado, com algumas restrições, como a proibição de troca de informações entre a Sky e a programadora Time Warner. A Anatel, por sua vez, emitiu uma cautelar  proibindo qualquer aproximação entre os dois grupos no Brasil  até que a decisão seja tomada.

Ancine

Conforme Botelho, os diretores da Ancine aprovaram na semana passada o roteiro que deverá ser seguido pela agência, para que seus diretores tomem uma decisão. E ele consiste na busca de informações sobre o mercado de produção e programação brasileiro que serão impactados com  essa operação; a consulta às partes envolvidas para a defesa de suas posições; a um novo parecer da área técnica; parecer da Procuradoria Especializada da Ancine, para, então, o conselho diretor tomar a sua decisão.

Conforme Botelho, não há um prazo para que esse processo seja concluído, mas ele não irá “necessariamente” depender de posição final da justiça norte-americana.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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