X muda IPs e CDN e volta parcialmente ao ar no Brasil

X mudou seus IPs e ativou CDN da Cloudflare, que tem endereços próprios. Isso o fez voltar a ficar acessível. Mas vai cair de novo. STF não levantou ordem, e empresas já trabalham no bloqueio dos novos números.

Foto: Freepik

O X, antigo twitter, volta ao ar na manhã desta terça-feira, 18, no Brasil. Mas em breve será bloqueado. Procurado, o STF informou que a ordem de bloqueio segue ativa e está verificando o que aconteceu. A Anatel emitiu nota de mesmo teor. “Não houve alteração da decisão. Estamos verificando os casos informados”, comunicou a agência.

Operadoras e provedores ouvidos pelo Tele.Síntese identificaram já a alteração do range de IPs utilizados pela rede social no País. A maior parte dos bloqueios é feita a partir da definição de uma lista de endereços IPs utilizados por um site para ser encontrado na internet. As empresas então criam regras em seus sistemas que impedem que a requisição dos IPs seja concluída.

Este é o método mais rápido, fácil e barato de bloquear o acesso a um site na internet. Mas está sujeito a flutuações na medida em que o destino pode obter novos IPs, como aconteceu.

A Anatel ainda não confirma se esta foi a questão técnica que levou a plataforma a funcionar no app e nos navegadores no país nesta manhã, ainda que com lentidão e algumas limitações de recursos.

Outra iniciativa identificada pelas empresas foi a mudança de CDN – content delivery network – por parte do antigo twitter. Da mesma forma que a plataforma tem seus IPs, as funcionalidades distribuídas em CDN têm outros IPs próprios. Alterando-se o serviço de distribuição, leva-se ao fenômeno visto nesta terça.

No caso, empresas identificaram que o X alterou seu ASN (sistema de endereçamento) próprio para Cloudflare, uma CDN. Ouvidas por este noticiário, informaram que já procediam com o bloqueio do novo range endereços encontrado. Até o fechamento deste texto, o X seguia acessível no País.

Contexto

O X foi bloqueado por ordem do STF em 30 de agosto. A medida se deve à recusa da plataforma de atender a solicitações que vinham sendo realizadas pela Justiça desde abril, que incluíam a retirada do ar de sete perfis que emitiam mensagens incentivando a realização de crimes, que irradiavam desinformação ou dados pessoais de autoridades públicas.

Em agosto, a rede social fechou escritórios no Brasil, demitiu todos os funcionários e encerrou sua presença física local. O ministro Alexandre de Moraes exigiu a nomeação de um representante legal no País que pudesse responder pelas demandas judiciais, o que até o momento não foi feito.

Diante da não obediência às exigências do STF, Moraes determinou o bloqueio do X e multa diária. Também bloqueio contas da empresa e da Starlink, que é controlada por Elon Musk, assim como o antigo twitter. Na última semana, aconteceu o confisco de R$ 18,35 milhões das empresas para quitar as multas, mas o bloqueio do acesso à rede social segue em pé.

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Rafael Bucco

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