Vivo desligou 3 milhões de clientes da Oi Móvel considerados inativos

A Vivo desativou um quarto dos clientes que recebeu após compra de parte da Oi Móvel, considerados inativos segundo seus critérios. Empresa, que briga na Justiça pelo valor final pago pela unidade celular da Oi, reportou hoje lucro de R$ 1,4 bilhão.

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A Telefônica Brasil, dona da Vivo, divulgou na noite desta terça-feira, 25, os resultados do terceiro trimestre de 2022, nos quais informa que desligou quase 3 milhões de clientes que eram da Oi Móvel, dos 12,5 milhões que recebeu. Desses, 797 mil acessos pós-pago considerados inativos nos critérios da Vivo e 2,2 milhões eram pré-pagos.

A Vivo, ao lado de Claro e TIM, que compraram os ativos móveis da Oi, estão questionando o valor total pago na transação. Afirma que a Oi não cumpriu compromissos de desempenho, mas não revelam se a base de clientes ativos foi um dos problemas. A Oi contesta as rivais e obteve, até o momento, vitórias judiciais.

Os desligamentos não foram suficientes para impedir o crescimento da Vivo no segmento móvel. No último trimestre, a companhia adicionou 519 mil acessos pós-pago, dos quais 1,3 milhão vieram da Oi pós-pago, da migração de pré-pago para controle, e da portabilidade de outras operadoras.

Ao fim de setembro, a Vivo tinha 111,68 milhões de clientes, crescimento de 14,6% sobre o mesmo mês de 2021. No celular, a companhia foi de 88 milhões de usuários em setembro de 2021 para 97 milhões agora. Em relação a junho (segundo trimestre deste ano), quando contabilizou os 10,5 milhões de assinantes da Oi Móvel, houve queda de assinantes, uma vez que então eram 99 milhões.

No pós-pago a companhia tem 57 milhões de clientes. No pré-pago, 40 milhões.

Resultados Vivo 3T22

No trimestre, a Vivo registrou lucro de R$ 1,4 bilhão. O valor é 9,3% maior que o obtido no mesmo período de 2021. Segundo a empresa, “em função das maiores receitas e da melhora no resultado financeiro no período”.

As receitas totais da companhia cresceram 10,6%, para R$ 12,2 bilhões. As receitas móveis cresceram 14,7%, para R$ 8,48 bilhões, já com os efeitos da aquisição de parte da carteira de clientes da Oi Móvel.

A receita com banda larga fixa de fibra e IPTV cresceu para R$ 2,77 bilhões, alta de 11,2%. As receitas com DTH (TV por satélite), voz fixa e xDSL, que já não são considerados “core” pela operadora, caíram 17,7%, para R$ 943 milhões.

A chegada do 5G também fez a operadora ampliar a venda de celulares. A receita com os produtos passou para R$ 717 milhões, alta de 25,9% em razão do preço mais elevado dos dispositivos.

Já o resultado financeiro ficou negativo em R$ 38 milhões apenas, uma redução de 85,3% na comparação ano a ano. Segundo a empresa, foi beneficiado pela atualização monetária de créditos fiscais.

A Vivo diz que os resultados não foram negativamente impactados pela redução do ICMS incidente sobre as contas do serviço devido à “diferença temporal entre a divulgação das novas alíquotas do ICMS e a redução do preço nas faturas”.

A Receita de Pós-pago, que representa 80% da receita de serviço móvel, cresceu 12% devido aos reajustes anuais de preço e aumento da base de clientes.

No fixo, a empresa teve crescimento de 20% nas receitas com FTTH (fibra até a casa do cliente, R$ 1,3 bilhões), embora estas ainda não superem as receitas com fibra até o armário (R$ 1,4 bilhões).

A quantidade de casas passadas (aptas a assinar) aumentou 22% ano a ano, para 22,3 milhões. O total de assinantes de fibra chegou a 5,3 milhões, crescimento de 21%.

Os investimentos (Capex) da empresa aumentaram 20,2% na comparação anual, e somara, R$ 3 bilhões. Pesaram os aportes em redes 5G, expansão da fibra e para integração de clientes vindos da Oi.

O endividamento líquido da operadora saltou de R$ 3,99 bilhões em setembro de 2021 para R$ 13,53 bilhões agora. “O endividamento teve aumento de 363% a/a em função da 7ª emissão de debêntures em julho de 2022, passivo financeiro atrelado às Licenças 5G adquiridas em leilão da ANATEL e empréstimo bilateral captado em abril de 2022”, explica.

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Rafael Bucco

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