Conectividade cresce no mundo, mas um terço da população segue offline

Novo relatório da UIT mostra persistência da desigualdade digital entre países, inclusive no avanço do 5G, e aponta que contingente offline soma 2,6 bilhões de pessoas

O uso global da Internet continua a crescer, mas desigualdades permanecem, especialmente em regiões de baixa renda, revela o relatório anual da União Internacional de Telecomunicações (UIT) sobre o tema, publicado hoje, 27. Segundo o material, a conectividade e a cobertura 5G aumentaram ao longo do último ano no planeta, mas ainda há um terço da população offline, principalmente em áreas rurais

O levantamento estima que há 5,5 bilhões de pessoas online neste ano de 2024, um aumento de 227 milhões em relação às métricas de 2023.

Embora aponte que 68% da população global esteja online e todos os indicadores monitorados no relatório mostrem melhoria, a segregação digital persiste e cerca de um terço da população mundial está fora da internet.

“O relatório Facts and Figures 2024 conta a história de duas realidades digitais entre países de alta e baixa renda”, observou a Secretária-Geral da UIT, Doreen Bogdan-Martin. “Lacunas marcantes em indicadores críticos de conectividade estão excluindo as pessoas mais vulneráveis do acesso online à informação, educação e oportunidades de emprego”, acrescenta.

O uso da Internet continua associado ao nível de desenvolvimento, conclui o relatório. Em países de alta renda, 93% da população usa a Internet em 2024, contrastando com apenas 27% nos países de baixa renda.

Desafios de conectividade também permanecem nos países menos desenvolvidos (PMDs), onde apenas 35% da população está conectada, e nos países em desenvolvimento sem saída para o mar (LLDCs), com apenas 39% online.

No total, 2,6 bilhões de pessoas estão offline em 2024, representando 32% da população mundial. Isso representa uma queda em relação à estimativa revisada de 2,8 bilhões para 2023, que equivalia a 35% da população.

Cosmas Luckyson Zavazava, diretor do Escritório de Desenvolvimento de Telecomunicações da UIT, diz: “Precisamos intensificar nossos esforços para remover as barreiras que mantêm as pessoas offline, fechar a lacuna de uso e renovar nosso compromisso de alcançar uma conectividade universal e significativa, para que todos possam acessar a Internet.”

Tendências de conectividade

O relatório aponta que 70% dos homens usam a Internet, em comparação com 65% das mulheres. Embora existam 189 milhões de homens a mais que mulheres usando a Internet.

Diz ainda que, globalmente, 83% dos moradores de áreas urbanas usam a Internet, em comparação com menos da metade da população em áreas rurais (48%). Dos 2,6 bilhões de pessoas offline em 2024, 1,8 bilhão vive em áreas rurais.

Estima que 79% das pessoas entre 15 e 24 anos usem a Internet, 13 pontos percentuais a mais que o restante da população. Essa diferença geracional, observada em todas as regiões, tem diminuído lentamente nos últimos quatro anos. (Em 2023, estimava-se que 77% das pessoas nessa faixa etária usavam a Internet.)

Outra indicação é que o custo de uma assinatura de banda larga fixa em países de baixa renda equivale a quase um terço da renda mensal média. Caiu, mas ainda está alto para a universalização nestes locais.

Também persiste a disparidade no mercado móvel. Mais de 95% das pessoas em economias de alta renda possuem um celular, em comparação com apenas 56% nos países de baixa renda.

Além disso, a cobertura 5G deve alcançar 51% da população mundial no final deste ano, com 84% das pessoas em países de alta na área de cobertura, enquanto nos de baixa renda, são apenas da população é coberta 4%.

Isso se reflete no tráfego médio mensal de banda larga móvel por assinante. Nos países de alta renda, o consumo é de 16,2 GB por mês, cerca de oito vezes maior do que em economias de baixa renda (2 GB). (Com assessoria de imprensa)

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Da Redação

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