Três países concentram 82% dos acessos 5G no mundo

Pesquisa da consultoria Omdia divulgada em evento da NEC realizado nesta semana mostra que tecnologia ainda tem muito o que crescer

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Pesquisa da consultoria Omdia mostra que o 5G, embora exista comercialmente desde 2018, ainda tem base de usuários bastante concentrada, com 82% dos assinantes estando na China, nos Estados Unidos e no Japão. De 1,08 bilhão de acessos 5G no final de 2022, 820 milhões foram registrados nestes países.

Os dados foram apresentados por Sonia Agnese, analista principal sênior da Omdia para a América Latina, nesta semana durante o evento Latam Telco Vision Forum, da fabricante NEC.

Os dados da consultoria contabilizam 128 países com redes comerciais 5G. Ou seja, há ainda um grande trabalho a ser feito pelas operadoras para popularizar a tecnologia.

Isso será possível com o uso de aplicações interessantes para o consumidor. Entre os consumidores, o fator determinante para a busca do 5G é a melhor experiência com vídeo, disse Agnese. Outros chamarizes são uploads mais rápidos, chamadas por voz, realidade virtual, games e realidade aumentada. Apesar disso, apenas 57% das operadoras pesquisadas têm pacotes com vídeo 4K, e menos ainda, 27%, têm pacotes com games rodando na nuvem.

Ela citou casos de produtos inovadores que vão ao encontro do desejo dos consumidores. A operadora 3 UK, por exemplo, criou um pacote de serviços para transmissões ao vivo na internet, de olho no mercado dos influenciadores digitais. E ressaltou que pacotes com acesso 4K a streamings como Disney, Youtube Premium, Prime Video e afins são essenciais.

Tudo isso é importante para o consumidor, mas as operadoras devem ficar atentas ao que melhor cabe em seu plano negócio. Isso porque o cliente quer muito, mas deseja pagar por menos coisas do que se imagina. A maior predisposição, diz, é pagar por velocidades mais altas de download e upload, por um serviço mais confiável, maior quantidade de dados ou dados ilimitados. O interesse por apps especificamente 5G é baixo.

Roadmap

Agnese traçou um cronograma para a chegada de soluções comerciais baseadas em 5G entregues pelas operadoras. Nos últimos dois anos, cresceu no mundo a conexão de estádios (inclusive no Brasil) e uso do sistema para pagamentos.

Deste ano até 2025, espera-se o surgimento de aplicações em logística, com gestão de frotas autônomas, de vigilância pública, de dispositivos ingeríveis (sim, para engolir).

Ela apontou ainda que é importante surgir um dispositivo moderno, inovador, que possa despertar o interesse do consumidor de varejo para gerar maior demanda pelo 5G. Caso contrário, a troca pela nova tecnologia pode acontecer em ritmo inferior ao esperado.

Para depois de 2025, o céu é o limite, fala-se em ambulância conectada, cooperativismo veicular automatizado, smart grids e sistemas de saneamento inteligentes, cirurgia remota, máquinas pesadas industriais autônomas.

Para empresas

No mercado corporativo, as pesquisas da consultoria indicam que a importância do 5G se dá pela segurança, mobilidade, redução de custos, maior banda e menor latência. O FWA no escritório mesmo gera interesse. Ela apontou que a tendência nas empresas é de fidelidade, mantendo contratos com as mesmas operadoras das quais utilizavam o 4G.

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Rafael Bucco

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