Três empresas concentram 70% do tráfego móvel na América Latina, aponta GSMA

Números de levantamento inédito são antecipados em debate do Legal Grounds Institute sobre fair share.
Plataformas da Meta lideram tráfego móvel na América Latina | Foto: Freepik
Plataformas da Meta lideram tráfego móvel na América Latina | Foto: Freepik

Levantamento preliminar da GSMA, associação global de operadoras móveis, aponta que três empresas concentram 70% do tráfego móvel na América Latina: Meta (49%), Google (14%) e TikTok (8%). Os dados fazem parte de relatório que deve ser divulgado nas próximas semanas e foram antecipados pelo head para a América Latina na entidade, Lucas Gallitto, em debate sobre a sustentabilidade das redes promovido pelo Legal Grounds Institute, nesta segunda-feira, 23. 

Gallito destaca que a concentração na América Latina pode ser maior que na Europa, onde balanço da Axon Partners Group, referente a 2021, mostrou que seis empresas ocupavam mais da metade (57%) do tráfego: Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp), Alphabet (buscador do Google e YouTube), Apple (iTunes, iCloud, AppStore), Amazon (AWS, Amazon Prime), Microsoft (MS Office, Xbox) e Netflix.

A busca de dados apurados na AL visa subsidiar a defesa da implementação de uma taxa de rede a ser cobrada de grandes usuários (fornecedores de serviços digitais) – o fair share. 

O estudo a ser divulgado também traz projeções sobre o aumento da demanda por rede. De acordo com os dados, a cada ano, o volume de tráfego móvel total na América Latina é maior se comparado ao ano anterior, passando de 57 exabytes em 2023 para 190 exabytes em 2030. O que representa um incremento de 133 exabytes neste período. 

As projeções de aumento de dados vem sendo um dos pontos de contestação das big techs, contrárias ao fair share. Em maio deste ano, a Aliança pela Internet Aberta (AIA) – organização que defende os interesses de empresas de tecnologias alvo de eventual cobrança – apresentou à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) um estudo que busca demonstrar a sustentabilidade das redes de conectividade sem a criação de uma taxa de uso da rede para grandes usuários. 

O documento contou com projeções que indicam uma desaceleração do consumo de dados no Brasil até 2033 e, no mesmo período, um aumento do retorno de investimento das teles (saiba mais aqui).

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Da Redação

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