TIM vai oferecer para startups acesso a base de assinantes e big data

Operadora firmou parceria com o Cubo Coworking, mantido pelo Itaú, e passa a usar o conceito de Open Innovation para rentabilizar serviços de conectividade, billing e big data

cubo-entrada-sao-paulo-itau-timA TIM lançou hoje, 19, em São Paulo, uma parceria com o Cubo Coworking, espaço dedicado ao empreendedorismo mantido pelo Itaú e Redpoint Ventures. Inicialmente, a operadora móvel irá fornecer a infraestrutura de rede de ultra banda larga no prédio, que hoje abriga 55 empresas – a maioria, startups. E já iniciou reuniões com os empreendedores do local para oferecer mentoria, encontrar potenciais clientes ou parceiros.

A intenção da tele é entrar no ecossistema de inovação sem lançar mão de capital. “Acreditamos que o ecossistema de empreendedorismo no Brasil está bem servido. O que de melhor podemos oferecer às startups é o acesso a nossos clientes, big data, sistemas”, diz Luis Minoru, CSO da TIM Brasil.

Segundo ele, o acesso a 65 milhões de clientes, a uma ampla rede 4G, o contato com uma série de serviços inovativos – área que fatura R$ 1,5 bilhões na operadora – e a capacidade de processar nada menos que 6 bilhões de CDRs por dia pode garantir o sucesso de uma empresa nascente e inovadora. A operadora está concluindo, ainda, a implementação de plataforma da Oracle e Engineering que, entre outras coisas, abrirá as portas para uso de API por parte das startups para acessar os sistemas da TIM.

“Para nós, como operadora, o Open Innovation abre possibilidades. Queremos ser mais vistos como empresa de serviços do que de infraestrutura. [Com essas parcerias] gero um cliente para minha infraestrutura de big data, billing, e serviços de conectividade”, afirma o executivo.

Quem vai fazer o meio de campo entre a operadora e as startups será o departamento de Inovação e Novos Negócios, dirigido por Janilson Bezerra. A área foi criada no final do ano passado e está subordinada à diretoria de estratégia, comandada por Minoru.

Para o Cubo, a visão da TIM faz todo sentido. Segundo Flavio Pripas, responsável pelo espaço, empresas dispostas a investir nas startups já não são a principal necessidade dos empreendedores. “O investimento em equity às vezes atrapalha o desenvolvimento de uma startup pois impede investimento de outras fontes”, observa. Em 10 meses de funcionamento, as empresas do Cubo fecharam 80 negócios  de investimento ou parcerias das startups com grandes empresas.

A parceria com entre TIM e Cubo complementa a já existe iniciativa do Instituto TIM de incentivar a inovação por meio do Academic Working Capital (AWC). Neste caso, o instituto atua como uma aceleradora, financiando a prototipagem de produtos e oferecendo mentoria para incentivar o empreendedorismo inovador de alto impacto a formandos de universidades.

Por enquanto, a operadora não tem a intenção de trazer para o país o TIM Ventures, área de corporate investment da Telecom Italia e que já aportou capital na empresa local wiMAN, um sistem de WiFi compartilhado. “Eles [TIM Ventures] até estão olhando formas de atuar no Brasil. Mas acho que não é necessário neste momento. A principal moeda de troca hoje não é dinheiro”, conclui Minoru.

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Rafael Bucco

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