TIM e Telefónica Espanha adotam medidas de prevenção ao coronavírus

Empresas orientam funcionários a trabalhar de casa, restringem viagens de executivos e o contato interpessoal a fim de reduzir as chances de propagação do Covid-19

Dois dos quatro maiores grupos de telecomunicações que operam no Brasil estão adotando práticas de prevenção referentes ao novo coronavírus (Covid-19). A doença altamente contagiosa que afeta os pulmões surgiu na China na virada do ano e de lá se espalhou rapidamente pelo mundo. Atualmente, assola a Europa.

A TIM Brasil, controlada pela Telecom Italia, já está orientando seus funcionários sobre como agir em virtude da chegada do Covid-19 por aqui. A medida mais drástica atinge os executivos, com a suspensão de viagens internacionais. Também viagens internas devem ser restringidas ao mínimo necessário. Veja abaixo a lista completa das recomendações dentro da empresa:

– Viagens internacionais estão suspensas;
– Limitações significativas de viagens internas e intensificação do uso de ferramentas digitais para viabilizar reuniões e encontros;
– Funcionários que estiveram a trabalho ou em férias em países com casos confirmados da doença por transmissão local são direcionados para trabalhar em Home Office por 14 dias;
– Suspensão temporária de participação e organização de eventos com grande concentração de pessoas;
– Realização de campanhas e ações preventivas;
– Disponibilização de um canal direto com a equipe de Saúde da TIM para orientações e dúvidas;
– Orientações aos prestadores de serviço sobre o protocolo de prevenção da TIM.

Telefónica

O grupo Telefónica está mobilizado na prevenção – ao menos na unidade espanhola. Aqui no Brasil, por enquanto, não há previsão para que se tomem as mesmas atitudes. Por lá, a operadora decidiu impor limites à quantidade de reuniões feitas entre os empregados, reduzir a participação em eventos e as viagens. Ao mesmo tempo, está orientando os funcionários de todas as áreas da Espanha a trabalharem remotamente, quando possível.

No caso de trabalhos em que é preciso haver presença de algum integrante da equipe no local de trabalho, a preferência pelo trabalho remoto recairá sobre os mais velhos ou que tenha filhos em idade escolar, uma vez que há suspensão das aulas.

A companhia anunciou ainda uma série de medidas voltadas ao consumidor. Aumentou a franquia disponível nos planos móveis, sem custo adicional pelos próximos dois meses; liberou acesso entre seus clientes a apps de entretenimento, especialmente esportes e infantis, por um mês.

Anunciou ainda medidas de apoio ao setor público, oferecendo serviços de big data e processamento de dados, reforço educacional por meio de conteúdos digitais e plataformas online de aprendizagem. “A depender da evolução da epidemia, podermos adotar medidas similares em outras regiões onde operamos”, afirmou José María Álvarez-Pallete, chairman e CEO do grupo em suas contas nas redes sociais.

Sinditelebrasil

Procuradas, Claro, Oi e Telefônica Brasil não quiseram se manifestar. O SindiTelebrasil, sindicado das operadoras do país, emitiu uma nota curta afirmando que as empresas vão seguir protocolos e recomendações de órgãos públicos sobre o Covid-19. Por enquanto, os trabalhos seguem normalmente.

“O Sinditelebrasil está atento aos desdobramentos da pandemia do Novo Coronavírus (COVID-19) e está seguindo todas as orientações da Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ao lado de suas associadas. As empresas de telecomunicações seguem atuando normalmente na prestação de serviços aos seus clientes e orientam seus funcionários conforme as recomendações dos órgãos públicos”, diz o sindicato.

Operadoras competitivas

Ontem a Angola Cables também avisou clientes sobre restrições. Hoje, a Seaborn Networks emitiu comunicado no mesmo sentido. Nele, a operadora de um cabo que conecta o Brasil aos EUA, diz que sua infraestrutura está com o funcionamento garantido e não há risco de, caso haja escalada da doença nos países em que atua, haver falhas.

Para a além da garantia do serviço, avisa que está adotando internamente todas as políticas recomendadas pela Organização mundial de Saúde (OMS) em todos os escritórios e centros operacionais. “Enviamos a nossas unidades toda a informação necessária, guias e suprimentos de higiene para reduzir os riscos de contaminação pelo Covid-19”, diz a empresa. O foco maior da comunicação interna recai sobre práticas de higiene.

A Seaborn suspendeu também todas as viagens consideradas não essenciais de seus funcionários. Nesta semana, o CEO da empresa, Larry Schwartz, estaria no Brasil para participar de um evento em São Paulo, mas não veio. Por fim, também recomenda que todos prefiram fazer reuniões virtuais com clientes, fornecedores e entre si para reduzir o contato interpessoal, desde que isso não atrapalhe o fluxo de trabalho.

E a Telcomp, associação que reúne operadoras competitivas, como Algar, Aloo, Americanet, BT, Datora, Mob Telecom e Vogel, avisou os associados que a próxima reunião plenária, marcada para 18 de março, será realizada por videoconferência.

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Rafael Bucco

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