Telefónica e Telecom Italia assinam manifesto que rechaça a neutralidade de rede
Um conjunto de 17 operadoras e fabricantes europeus do setor de telecomunicações, entre as quais Telefónica, que no Brasil controla a Telefônica Vivo, a Telecom Italia, dona da TIM, e a Ericsson, publicou um manifesto pedindo atenção do governo da União Europeia para o desenvolvimento da quinta geração das redes móveis.
O texto faz uma série de exigências, como leis mais simples, modelos de investimento que compartilhe os riscos entre empresas, e ataca o conceito de neutralidade de rede proposto pelo grupo de reguladores europeus (Berec) e aplaudido por organizações da sociedade civil local.
“A indústria de telecomunicações alerta que as diretrizes atuais para a neutralidade de rede do Berec cria incertezas significativas em torno do investimento na 5G”, diz o manifesto. Na visão das empresas, a proposta atualmente em pauta é restritiva, inibe a inovação e impede o surgimento de serviços especializados. “A 5G introduz o conceito de fatiamento de rede para acomodar uma grande variedade modelos de negócio”, frisa o texto.
O documento acrescenta que direção autônoma, controle de smart grid, realidade virtual e serviços de segurança pública exigem da lei a permissão para funcionar de forma diferente das vistas na proposta para a neutralidade de rede do Berec. “O objetivo da 5G de criar novas oportunidades de negócio e satisfazer necessidades do usuário final estaria em risco”, avisa.
A proposta do Berec, em consulta pública até o final de agosto, proíbe o conceito de zero-rating, a criação de planos de acesso a serviços ou conteúdos específicos da internet. As empresas também ficam obrigadas a informar claramente o consumidor sobre o gerenciamento de rede praticados que pode interferir na entrega da velocidade contratada.
No manifesto, as operadoras reiteram o compromisso de ter ao menos uma cidade, em cada país do bloco europeu, operando rede comercial 5G, com testes e casos de uso iniciando em 2018. Além das 17 operadoras, Huawei e associações como ETNO e GSMA, que reúnem outras operadoras e fabricantes, soltaram notas posteriores apoiando a iniciativa.