Subsídios à banda larga rural resultam em redes mais confiáveis, avalia OpenSignal

Consultoria conclui que subsídios são mais importantes para desenvolvimento da banda larga rural do que o compartilhamento de infraestrutura

A consultoria OpenSignal lançou pela primeira vez um relatório sobre a confiabilidade da banda larga fixa em diversos lugares do mundo – inclusive Brasil. E chegou à conclusão que, nos países onde existem subsídios para investimento privado em banda larga rural, as redes são melhores.

O relatório indica que os subsídios são mais relevantes para melhorar a qualidade das redes nas áreas afastadas das cidades do que o compartilhamento de infraestrutura. “Observamos que os governos central e regional desempenham um papel importante na redução do abismo entre a confiabilidade da rede rural em relação à urbana”, indica o material.

Como exemplos, cita iniciativas dos Estados Unidos, que têm dois fundos para conectividade rural, e do Canadá, que estabeleceu um fundo com a ambição de fazer com que 100% da população esteja conectada até 2030. O modelo predominante de sucesso prevê que os subsídios beneficiem provedores de internet e que estes construam, operem e sejam os donos das redes.

Rede urbana vs. rede rural

A métrica é mais uma a indicar a desigualdade digital entre cidades e campo. A banda larga fixa de áreas rurais é considerada menos confiável do que em áreas urbanas, em todos os países analisados. O motivo, explica a consultoria, é a concentração dos investimentos. As operadoras aportam mais recursos em áreas onde a densidade é maior, a fim de garantir o retorno. Ao mesmo tempo, o custo por usuário é menor onde há mais gente vivendo.

Brasil: desempenho intermediário

A consultoria classificou o desempenho de 18 países. Chegou a um ranking que se divide em três: os países com redes de maior confiabilidade, os intermediários, e com redes menos confiáveis.

As redes do Brasil são consideradas com desempenho intermediário. Conforme a OpenSignal, a banda larga brasileira tem confiabilidade em nível semelhante ao de países como Austrália, Nova Zelândia, Chile, Espanhas, Itália e Polônia.

Ficamos mais bem posicionados que Índia, Colômbia, México, Filipinas e Indonésia. Mas, abaixo de Suécia, na Noruega, Reino Unido, Canadá, Japão e Estados Unidos.

O índice de confiabilidade, diz a OpenSignal, mede a experiência de uso da banda larga fixa “do mundo real”. A proposta é identificar a qualidade da banda larga fixa em casas nas quais vários dispositivos são utilizados simultaneamente. Para tanto, verifica se as residências conseguem permanecer conectadas ou se enfrentam apagões; se o usuário consegue concluir a tarefa que começou a fazer com ajuda da internet; e se isso se deu com velocidade de download, latência e estabilidade adequados para o que era desejado.

A empresa criou a métrica a partir de estudo da Deloitte, segundo o qual o consumidor tem se preocupado menos com velocidades de download, e preferido consistência e estabilidade. Dos 18 países, o Brasil aparece como 13º em termos de confiabilidade, com nota entre 500-650 pontos. Os países mais bem colocados tiraram mais de 650.

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Rafael Bucco

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