Sercomtel ainda acredita em turnaround

Mesmo com a abertura do processo de cassação a empresa acha que ganhou mais prazo, e se comprometeu com a agência a contratar uma consultoria "de renome internacional" para fazer o turnaround.

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A decisão da Anatel, de decidir abrir processo de caducidade (na concessão) e de cassação (nas licenças autorizadas) da Sercomtel pode dar mais prazo para a operadora buscar uma saída, acreditam seus executivos. Eles esperavam pelo pior, que seria a decretação da intervenção – quando o ato da agência é imediato.

A visão deles é de que ganharam tempo para solucionar os problemas da operadora. “O novo prazo não tem data, mas entendemos que é resultado de uma avaliação positiva do plano de recuperação que apresentamos”, diz a presidência da operadora.

Em nota, a empresa garante que, enquanto o processo se desenrola, não haverá impacto nenhum sobre o atendimento ao consumidor ou entrega dos serviços contratados. Até porque, argumenta, as operações seguem no azul, dando resultados positivos, e os índices de qualidade não se alteraram.

Ajuda de fora

A Anatel monitora as contas da empresa desde maio. A Sercomtel/Copel apresentou grandes prejuízos entre 2012 e 2015. Neste ano, os problemas se intensificaram com a incidência de dívidas tributárias e trabalhistas. Em janeiro, uma nova gestão assumiu a empresa, que é controlada pela prefeitura de Londrina (55%) e tem como sócio a Copel (Companhia Paranaense de Energia, 45%).

Em julho, a Sercomtel apresentou à Anatel um Plano de Recuperação. Segundo os executivos, o plano contribuiu para a decisão de ontem.

A operadora diz que fechou com o conselho diretor da agência o compromisso de contratar uma consultoria externa, “de renome internacional” e expertise no mercado de telecomunicações, para promover o turnaround nos negócios. Quem fará a contratação será a Copel, para abreviar o rito de licitação comum da prefeitura.

“Posso dizer que houve um voto de confiança diante de um cenário mais drástico que poderia se impor. Esperamos que a Consultoria traga um novo olhar sobre procedimentos internos e nos ajude a construir caminhos que levem à troca de modelos de negócios, que precisam estar muito mais voltados para a tecnologia do que à própria telefonia”, diz Luiz Carlos Adati, presidente da concessionária.

Solução

A saída mais simples, e desejada por executivos da Sercomtel, seria um aporte financeiro da sócia, a Copel. Essa solução enfrenta resistência do sócio minoritário, que demanda, antes, a reestruturação.

Buscar o aporte de um terceiro sócio, por enquanto, não está na lista de alternativas, embora já tenha sido aventada pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.

“Com tudo sincronizado, acreditamos que a Copel terá condições de fazer os aportes de capital tão necessários”, diz Adati, em nota. Enquanto isso, o plano de recuperação segue como apresentado à Anatel, com demissão de funcionários e revisão de contratos com fornecedores.

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Rafael Bucco

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