UE determina regras mais rígidas para plataformas digitais a partir de agosto

Google, Facebook, Amazon, Twitter e outros serviços terão de reforçar ferramentas de moderação de conteúdo e passar por auditorias anuais de avaliação de risco
União Europeia endurecei as regras sobre as plataformas digitais
Plataformas digitais serão submetidas a regras mais rígidas na União Europeia (crédito: Freepik)

A União Europeia (UE) publicou, na terça-feira, 25, uma lista contendo 19 plataformas digitais que deverão cumprir, a partir do fim de agosto, novas obrigações para atuação no território europeu.

As regras seguem as previsões da Lei de Serviços Digitais (DSA, sigla para Digital Services Act), norma que endureceu a regulação de conteúdo online.

A lista inclui 17 plataformas e dois mecanismos de busca (Bing e Google) que possuem ao menos 45 milhões de usuários ativos mensais. Confira as plataformas submetidas ao novo regramento:

  • Alibaba AliExpress
  • Amazon Store
  • Apple AppStore
  • Bookin.com
  • Facebook
  • Google Play
  • Google Maps
  • Google Shopping
  • Instagram
  • LinkedIn
  • Pinterest
  • Snapchat
  • TikTok
  • Twitter
  • Wikipedia
  • YouTube
  • Zalando

Segundo a Comissão Europeia, órgão executivo da UE, as regras visam a capacitar e proteger os usuários online, incluindo menores. Com isso, as empresas terão de mitigar os riscos sistêmicos de seus serviços, além de prover recursos de moderação de conteúdo robustos.

Entre as mudanças previstas, as empresas precisarão fornecer informações claras aos usuários sobre os motivos pelos quais determinados conteúdos são recomendados. Os usuários, por sua vez, terão o direito de optar por não participar de sistemas de recomendação com base em perfis.

Além disso, anúncios não poderão ser veiculados com base em dados sensíveis do usuário, como origem étnica, opinião política ou orientação sexual.

Na prática, daqui a quatro meses, as plataformas e os serviços de busca designados terão de estar em conformidade com a nova legislação, estabelecer um sistema independente de auditoria e relatar à Comissão Europeia a primeira avaliação anual de risco.

Com o objetivo de criar um ambiente digital mais seguro e justo, a DSA foi proposta pela Comissão Europeia em dezembro de 2020. A lei entrou em vigor em novembro do ano passado. O descumprimento da norma prevê multas de até 6% do faturamento global da empresa. A reincidência em infrações graves pode fazer com que as plataformas sejam proibidas de operar no mercado europeu.

No Brasil, o Projeto de Lei (PL) 2630/2020, conhecido como PL das Fake News, que também trata de moderação de conteúdo na internet, teve regime de urgência aprovado na Câmara dos Deputados na terça-feira. A expectativa é de que o texto seja avaliado em plenário no início da semana que vem.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

Artigos: 1137