Prysmian defende medidas antidumping contra chineses no Brasil

Prysmian vê falta de isonomia na competição com chineses e pede políticas antidumping para frear competição desigual no mercado de cabos. Empresa segue em expansão no Brasil.

(crédito: Freepik)

A fabricante de fibra óptica e de cabos ópticos Prysmian, dona de sete fábricas no Brasil, defende que o governo adote medidas antidumping contra cabos chineses que inundam o mercado local.

O vice-presidente da Prysmian para a área de telecomunicações da América Latina afirmou hoje, 23, em coletiva de imprensa, que a empresa vem demonstrando, com relatórios e estudos, que os cabos chineses chegam ao mercado brasileiro subfaturados, e por isso é preciso uma política pública a fim de preservar a competição.

“Os fabricantes chineses continuam colocando muita pressão no mercado, e a Prysmiam pede ao governo que a mesma regras aplicadas à exportação lá, subsídios à produção, proteção à importação, existam aqui no Brasil”, explicou o executivo.

O pedido, no entanto, deve encontrar forte resistência no governo. A maior comitiva já registrada de políticos e empresários locais embarca para a China amanhã, 24, a fim de tratarem de aprofundamento das relações comerciais.

Andrade reconhece que convencer o governo a pedir barreiras para os cabos chineses é um desafio. “Junto ao governo, continuaremos conversando, mostrando estatísticas de produção, fazendo a pressão que conseguimos fazer. Aumentar Imposto de Importação sem justificativa, acho difícil. Mas continuamos trabalhando e mostrando dos dados e qual é o resultado dessa importação, onde existem diferenças gigantes de preços”.

Andrade ressalta que a Prysmian investe no Brasil, tem sete fábricas, dois centros de pesquisa, 1,6 mil funcionários diretos. “Temos a intenção de fazer mais investimentos, acreditamos que o mercado vai crescer, nos beneficiamos de produzirmos tanto a fibra, quanto o cabo. Mas eles têm benefícios à exportação que desequilibram a balança e produzem também para um mercado internet que, sozinho, é 10x maior do que toda a América Latina. Uma pequena produção deles, portanto, é gigante para o nosso mercado”, reflete.

O executivo explica que o mercado interno chinês voltou a crescer, o que ajuda a reduzir as remessas ao exterior. Em compensação, Europa e Estados Unidos adotaram medidas antidumping nos últimos dois anos, fazendo com que a carga que seria vendida ali, fosse destinada a outras regiões do globo, inclusive a América Latina.

Crescimento

Mesmo com a pressão asiática, a fabricante espera aumento de 7% nas receitas de telecomunicações da América Latina em 2023, sobre 2022, menos, portanto, que a alta de 10,9% apurada sobre 2021.

O crescimento da demanda virá das compras de provedores de internet de médio e grande porte, de operadoras que precisam de fibra para redes 5G, redes neutras, mas também rodovias, ferrovias, universidades, pois está todo mundo colocando fibra”, conta.

Sobre os provedores de internet, ele diz que no momento, os menores têm encontrado dificuldades para investir, com menos acesso a crédito.

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Rafael Bucco

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