Prejuízo da Oi diminui e fica em R$ 2,64 bilhões no 3º trimestre

O resultado negativo é melhor que as perdas de R$ 5,74 bilhões obtidas no mesmo trimestre de 2019. Segundo a empresa, o prejuízo é resultado do alto nível de investimento em fibra óptica, projetado no plano de recuperação. A fibra saltou de 4% para 24% das receitas residenciais em um ano e já compensa a perda de receita do cobre.

A operadora Oi divulgou na noite desta quinta-feira, 12, os resultados do terceiro trimestre de 2020. No período, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 2,638 bilhões. O resultado, embora negativo, é melhor que as perdas de R$ 5,74 bilhões obtidas no mesmo trimestre de 2019.

O EBITDA de rotina da empresa cresceu na comparação ano a ano, atingindo R$ 1,46 bilhão agora. As receitas caíram 5,9%, para R$ 4,70 bilhões. O endividamento da empresa aumentou, passando de R$ 14,71 bilhões ano passado, para R$ 21,24 bilhões no terceiro trimestre deste ano – uma alta de 44,4%. Em compensação, o caixa cresceu 78,1%, atingindo R$ 5,68 bilhões. O capex foi reduzido em 2,6%, para R$ 2,01 bilhões.

Clientes

Os dados operacionais da companhia mostram retração em todos os segmentos comerciais. A Oi terminou o trimestre com o total de 52,15 milhões de clientes, uma queda de 5,5%.

No residencial, apresentou a maior queda, relacionada aos desligamentos de telefonia fixa, banda larga aDSL e TV paga por satélite (DTH). A retração foi de 12,6%, para 11,82 milhões de assinantes.

No móvel o encolhimento foi de 2,8% na comparação ano a ano, para 33,73 milhões. No B2B, houve diminuição em 3,9% da base de assinantes, que ficou em 6,43 milhões.

Rede legada encolhe

O segmento em que a operadora mais perdeu receita foi o residencial, com diminuição de 9,8%, a R$ 1,62 bilhão. No móvel, a queda de receita foi de 2,6%, para R$ 1,68 bilhão. E no B2B, de 4,8%, para R$ 1,29 bilhão.

A operadora afirma que, embora na comparação ano a ano haja queda, em relação ao segundo trimestre deste ano, houve crescimento nas receitas em 3,6%. Isso, diz, “representa uma reversão de tendência da curva”.

Se no cobre a empresa sangrou, na fibra, onde tem seu foco estratégico, cresceu como ninguém mais. A companhia registrou expansão de 387,8% nas receitas derivadas de redes de fibra (R$ 383 milhões). A quantidade de clientes dessa tecnologia saltou 375,5% a.a., para 3,27 milhões (metade em banda larga, metade em telefonia).

Fibra cresce

“Neste 3T20, as receitas ligadas aos serviços de Fibra, mais do que compensaram a queda das receitas dos serviços legados, quando comparado ao trimestre anterior, e a representatividade da receita de fibra atingiu uma participação de 24% do total da receita do segmento”, diz o relatório divulgado pela companhia.

No trimestre a companhia adicionou 1,1 milhão de HPs (casas aptas a receber conexão por fibra) a sua base, média mensal superior a 382 mil HPs no 3T20. Este foi o quinto trimestre consecutivo com incrementos de mais de 1 milhão de HPs à infraestrutura de FTTH.

Ao fim desde 3T20 a fibra já representa 40% de todos os clientes de Banda larga residencial, no 3T19 este percentual era de aproximadamente 8%.

Caixa

O fluxo de caixa operacional foi negativo em R$ 548 milhões e, nas operações brasileiras, foi negativo em R$ 568 milhões, principalmente em função do elevado patamar de investimentos no projeto de expansão de FTTH, para garantir a execução de seu plano de transformação da empresa.

Oi S.A. apresentou dívida bruta consolidada de R$ 26.929 milhões no 3T20, um aumento de 3,1% ou R$ 814 milhões em relação ao registrado no 2T20 e de 50,4% ou R$ 9.024 milhões versus 3T19. Em ambos os períodos a elevação decorre principalmente da desvalorização do Real vs o Dólar, de 3,0% e 35,5%, respectivamente. Ao final do 3T20, a parcela da dívida indexada à moeda estrangeira representava 65,5% do total a valor justo.

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Rafael Bucco

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