Nokia revê para baixo projeção de 2026

Nokia diz que sentiu a perda da AT&T como cliente em redes móveis 5G, e que em 2024 a área de redes móveis não ficará no vermelho devido a corte de custos

Sede da Nokia em Espoo, Finlândia (crédito: Divulgação/Nokia)

Uma semana após a notícia de que ficou de fora do novos investimentos em rede da AT&T nos EUA, a fabricante de equipamentos Nokia informou ao mercado que reviu para baixo sua projeção de desempenho futuro. Em comunicado, a companhia informou nesta terça-feira, 12, que a meta para a margem operacional em 2026 será de 13%, e não mais de 14%, como informado no guidance anterior.

“A Nokia ainda vê potencial para chegar aos 14%, para considerando as atuais condições no segmento de Redes Móveis, é prudente fazer a mudança da meta”, diz. A companhia afirma que vê os 14% de margem operacional “atingível” em um prazo maior.

E informa também que sua área de redes móveis enfrentará “desafios” em 2024 e em 2025 antes de voltar a crescer em ritmo acima do visto do resto do mercado em 2026.

A companhia informou ainda as seguintes projeções por segmento de atuação para 2026:

  • Infraestrutura de rede: 12% a 15% de margem operacional naquele ano;
  • Redes Móveis: 6 a 9% de margem operacional;
  • Nuvem e serviços de rede: 7 a 10% de margem operacional;
  • Technologies (área de licenciamento de patentes): lucro operacional acima de 1,1 bilhão de euros.

Projeção para 2024

Em 25 de janeiro, quando divulgará os resultados de 2023, a empresa vai traçar projeções para o ano de 2024, mas já antecipa que espera enfrentar obstáculos. “O segmento de redes móveis segue desafiador, mas as demais unidades de negócio estão progredindo rumo às metas de longo prazo”, informa no comunicado ao mercado.

A companhia  diz que a área de infraestrutura de rede vai crescer empurrada por demanda por redes fixas e ópticas. Espera que financiamentos públicos tragam encomendas no segundo trimestre do próximo ano. As receitas líquidas da área devem crescer “um dígito médio”.

As área de redes móveis, no entanto, enfrenta declínio na demanda e “normalização” das compras na Índia. A empresa diz que a perda da AT&T como cliente é fundamental para explicar a expectativa de retração no segmento. Mas não haverá prejuízo para a unidade de negócio devido a ações de redução de custos.

A unidade de nuvem e serviços de rede segue crescendo por conta da demanda de implantação de núcleos de rede 5G e pela demanda no mercado corporativo. E a área de patentes  “seguirá focada em resolver disputas judiciais e renovar contratos com clientes [fabricantes] de smartphones”. Se estas questões forem resolvidas, a Nokia Technologies prevê lucro operacional acima de 1 bilhão de euros no ano que vem.

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Rafael Bucco

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