MinC e Ancine vão destinar R$ 45,2 milhões para criação de games

Novas linhas de financiamento contemplam projetos de realidade virtual e aumentada

O Ministério da Cultura (MinC) e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) lançaram, nesta quarta-feira, 5, sua nova política de games. Pela primeira vez o financiamento contemplará projetos de realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR), entre outros.

No total, serão investidos R$ 35,25 milhões disponibilizados pelo Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para a produção e comercialização de jogos eletrônicos. Outros R$ 10 milhões serão destinados a aceleradoras, totalizando um investimento de R$ 45,25 milhões.

O lançamento aconteceu em São Paulo, durante a palestra “Novos Investimentos em Games”, dentro da programação da UNLOCK CCXP, feira de negócios da Comic Con Experience.

“O Brasil é atualmente o 13º maior produtor de games do mundo, ao mesmo tempo que tem a terceira maior população de jogadores do planeta, com 66 milhões de pessoas. É essencial investir neste promissor mercado, valorizando inclusive a diversidade de produção criativa brasileira, o que estamos fazendo ao promover cotas regionais nos editais”, afirma o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão.

Seleção

Os projetos serão selecionados por meio de três editais, com linhas de investimento que contemplam Produção – Seletivo, Produção – Fluxo Contínuo e Comercialização – Fluxo Contínuo.

Para a chamada pública de Produção – Seletivo serão disponibilizados R$ 16,75 milhões, que serão distribuídos entre três modalidades para a produção de jogos. A Modalidade A, no valor total de R$ 9 milhões, prevê aporte máximo de R$ 3 milhões por projeto. Na Modalidade B, com valor total de R$ 6,75 milhões, o investimento será de R$ 750 mil por projeto. Já a modalidade C, com valor total de R$ 1 milhão, será voltada para projetos de acessibilidade, e disponibilizará no máximo R$ 500 mil por projeto.

Entre as regras do edital de Produção – Seletivo, estão o estabelecimento de destinação mínima de 10% dos recursos das Modalidades A e B para projetos de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR), e fixação do prazo de 36 meses para conclusão do projeto contemplado.

O edital também terá cotas semelhantes àquelas aplicadas nos editais de audiovisual da Ancine: 30% para projetos das regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste, 10% para projetos da região Sul e estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

A chamada de Produção – Fluxo Contínuo disponibilizará R$ 10,5 milhões, sendo no máximo R$ 1 milhão por projeto para complementação de investimento privado ou ampliação de escopo de game pronto.

Na chamada Comercialização – Fluxo Contínuo, linha voltada exclusivamente para a comercialização de games, será investido um total de R$ 8 milhões em projetos de jogos eletrônicos concluídos ou em fase de finalização. O aporte máximo será de 50% do total de itens financiáveis do projeto. Serão exigidos dos proponentes comprovação de aporte correspondente aos outros 50% e contrato com publisher brasileira com experiência mínima de ter produzido três produtos de terceiros, sendo um no último ano. O chamado self-publishing (publicação custeada pelo próprio autor) será permitido, desde que comprovada a experiência mínima de três produtos já executados. Este edital inclui ainda a permissão para o estabelecimento de arranjos ou parcerias nacionais ou internacionais.

Aceleradoras

Os recursos aplicados para produção, desenvolvimento e comercialização são oriundos do montante destinado a games no Plano Anual de Investimentos (PAI) de 2018, aprovado em maio deste ano, pelo Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual (CGFSA). Além dos R$ 35 milhões, o MinC investirá outros R$ 10 milhões em aceleradoras; recursos provenientes do PAI de 2017.

Para selecionar estas empresas, o MinC lançará o edital para seleção de aceleradoras, seguindo modelo de apoio às startups utilizado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), denominado Programa BNDES Garagem. “Selecionaremos aceleradoras para executar a capacitação das empresas, não apenas start ups, mas empresas que se inscreverem no programa de aceleração e passarem por processo seletivo”, explicou o secretário do Audiovisual do MinC, Frederico Mascarenhas.

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Da Redação

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