Leilão 5G: aumento de preço do espectro preocupa e teles sugerem mais debate

Para Marcos Ferrari, da Conexis, mudanças no edital que elevem o preço das faixas de frequência podem onerar investimentos e atrasar chegada do 5G. Por isso propõe mais diálogo antes da publicação das regras definitivas do certame.

O relatório da área técnica do Tribunal de Contas da União que veio à tona nesta semana acendeu o sinal de alerta entre as operadoras. Afinal, são elas que vão participar da disputa e vão comprar espectro no certame. Causou preocupação o fato de os técnicos do órgão recomendarem que a Anatel revise os preços mínimos e eleve o valor de faixas em grandes centros ou das ondas milimétricas de 26 GHz.

Em live realizada hoje, 12, pela Proteste, Marcos Ferrari, presidente executivo da Conexis Brasil Digital, defendeu que, se for o caso, é melhor mais debates sobre as regras da licitação do que apressar uma disputa que onere o setor e atrase a chegada do 5G ao país por conta do alto custo.

“Se for necessário discutir mais o edital, para que não tenha nenhuma lacuna que dificulte para quem for participar do leilão poder fazer o bid, melhor. É fundamental que o edital possa contemplar todas as informações relevantes possíveis. Se for necessário um debate adicional, que se faça”, defendeu.

Ele cobrou também a manutenção de um leilão não-arrecadatório, em que a maior parte do valor levantado seja revertido em compromissos de investimento por parte das operadoras.

“Se teremos ou não edital este ano ou não, acreditamos que tudo tem seu tempo e hora. Todo diálogo e possibilidade de contraponto é fundamental. Não podemos ter retrocesso que supervalorize as frequências e onere o investimento futuro”, afirmou.

Luciano Stutz, da Abrintel, por sua vez, ponderou que pode haver mais debate, mas que este não se estenda demais para que o Brasil não fique atrasado no desenvolvimento de serviços inovadores e em sua capacidade de reduzir os desertos digitais. “Cada coisa no seu tempo, mas quanto antes sair, melhor para a sociedade brasileira, não temos dúvida”, falou o presidente executivo da entidade que representa operadoras de infraestrutura passiva.

Para Jacqueline Lopes, Diretora de Relações Industriais e Governamentais para LATAM South na Ericsson, quanto antes acontecer o leilão, melhor. “Obviamente, que as regras sejam previsíveis e contribuam para o desenvolvimento do setor. Mas nós entendemos que o leilão é capaz de alavancar o potencial dessa tecnologia, daí a importância de acontecer o mais breve possível”.

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Rafael Bucco

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