ISPs devem reportar adições líquidas fracas e resultados modestos no 2º trimestre, estima BTG

Em relatório sobre o mercado de telecomunicações, analistas do BTG Pactual projetam que período de abril a junho tenha sido razoável para Unifique, Desktop e Brisanet
ISPs devem reportar adições líquidas mais fracas no 2 trimestre, projeta BTG Pactual
BTG Pactual estima que adições de assinantes por ISPs tenham sido fracas no período (crédito: Freepik)

Unifique, Desktop e Brisanet, três dos principais provedores de serviços de internet (ISPs) do País, devem apresentar resultados modestos no segundo trimestre, indicam analistas do banco BTG Pactual.

Em relatório sobre o mercado de telecomunicações, divulgado na segunda-feira, 24, os especialistas apontam que o período de abril a junho foi fraco em termos de adição de novos clientes à base de assinantes.

“Não esperamos resultados notáveis”, afirmam os analistas do BTG. “Esperamos margens decentes para todos”, ponderam.

Unifique

O BTG projeta “resultados modestos” para a Unifique no segundo trimestre, com a receita chegando a R$ 216 milhões, alta de 5,6%, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, e de 36,9%, ante o mesmo período do ano passado. O lucro líquido, por outro lado, deve ter queda de 13,2% na comparação anual, totalizando R$ 29,4 milhões.

Além disso, os analistas estimam que o ISP encerre o segundo trimestre com 690 mil assinantes. No período de abril a junho, as adições orgânicas devem somar 6,7 mil, número 48,7% menor do que no primeiro trimestre deste ano (13,1 mil). De todo modo, de forma inorgânica, a empresa deve se beneficiar das bases de clientes advindas da Brick (7,25 mil) e da Concórdia ClienteCo (22,9 mil).

Desktop

No caso da Desktop, provedor que o banco já apontou como sua principal escolha para investimentos a longo prazo, o BTG estima “resultados decentes” para o segundo trimestre. A receita projetada é de R$ 246,2 milhões, com alta de 46% em relação ao mesmo período de 2022 (R$ 168,6 milhões). O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) ajustado deve avançar 60,3%, chegando a R$ 121,9 milhões.

A análise aponta que o lucro líquido deve alcançar R$ 26,7 milhões, avançando 2,9%, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, e 353,1%, ante o segundo trimestre de 2022.

A estimativa para a base de assinantes, por sua vez, é de que a Desktop feche o segundo trimestre com 976 mil clientes. As adições orgânicas devem totalizar 21 mil, o que pode representar “o pior trimestre para adições líquidas” desde o último período de 2020.

Brisanet

Na semana passada, a Brisanet informou o mercado que fechou o segundo trimestre com 1,2 milhão de assinantes de banda larga fixa. A operadora nordestina adquiriu 50,7 mil clientes no período de abril a junho, indicando uma leve desaceleração em relação às adições líquidas do primeiro trimestre do ano (59 mil). Os analistas, de todo modo, acreditam que a empresa atingirá a meta de alcançar uma base de 1,3 milhão de clientes ao término de 2023.

No que diz respeito aos aspectos financeiros, a receita no segundo trimestre deve chegar a R$ 298 milhões, com alta anual de 26% e trimestral de 2%. Entre os destaques, o EBTIDA ajustado deve somar R$ 146 milhões, com a margem subindo 1,2 ponto percentual ante o trimestre anterior, ficando em 49%. A projeção indica lucro líquido de R$ 32 milhões, 27% superior ao do primeiro trimestre (R$ 25,2 milhões).

O BTG ressalta que o lançamento do aguardado serviço 5G, adiado para o terceiro trimestre, deve incrementar a receita somente no fim do ano, uma vez que a operadora deve disponibilizar planos gratuitos por três meses.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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