Brasil será laboratório para ferramenta de bloqueio de celular do Google
O Google lançará no Brasil ferramentas antifurto para smartphones primeiro no Brasil. O serviço, inicialmente gratuito, será implementado localmente, em beta, a partir de julho para usuários que solicitarem acesso antecipado. O anúncio aconteceu nesta terça-feira, 11, em evento em São Paulo.
As ferramentas haviam sido demonstradas no Google I/O, conferência global da big tech para desenvolvedores. O Brasil será o primeiro país a ter o acesso às ferramentas liberadas, em fase de testes. Para utilizar, o usuário precisa ser dono de um smartphone com a versão 10 ou superior do sistema operacional Android. A depender dos resultados, a tecnologia será levada a outros países.
Os novos recursos complementam iniciativa do Ministério da Justiça, Anatel, Febraban e operadoras móveis brasileiras, que no ano passado lançaram a plataforma Celular Seguro, pela qual é possível solicitar o bloqueio de aplicativos bancários e do IMEI dos dispositivos furtados ou roubados.
Para criar sua proposta de segurança antirroubo, o Google levou em consideração comentários recebidos de sociedade civil e do governo, diz a companhia. No lançamento hoje, estava presente Manoel Carlos de Almeida Neto, secretário-executivo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Segundo ele, a alternativa proposta pelo Google é bem-vinda. “O Brasil vive uma epidemia de roubos e furtos de celulares”, resumiu. Apesar da presença, as iniciativas são independentes entre si.
O Google quer deixar claro que vem colaborando para aperfeiçoar tecnologias antifurto. No final deste mês, participará da conferência da Federação Brasileira de Bancos, Febraban Tech, para compartilhar mais informações sobre o piloto da versão aprimorada do Google Play Protect.
“À medida que fraudadores e maus atores refinam suas táticas, é crucial estabelecer parcerias em todo o ecossistema para ajudar a proteger os usuários contra fraudes e outras ameaças móveis”, diz Walter Tadeu Pinto de Faria, Diretor Adjunto de Serviços da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN).
Como funciona
Diferente do Celular Legal do governo, que depende de cadastramento e interação entre diversas empresas para o bloqueio dos aparelhos, o Google pensou em formas de bloquear apenas a tela do celular. Isso se dá via software, impedindo o aparelho de ser utilizado, de três maneiras:
Bloqueio por detecção de roubo: usa inteligência artificial para detectar se alguém rouba o celular da vítima e foge em velocidade, seja a pé, de bicicleta, moto ou veículo. Se um movimento comum associado ao roubo for detectado, a tela do dispositivo é bloqueada, para evitar que os ladrões acessem o conteúdo, como arquivos e aplicativos.
Bloqueio remoto: A mais parecida das funções com o Celular Seguro. Por meio de uma página dedicada ao novo recurso “Bloqueio remoto” (android.com/lock), o usuário que já tenha verificado seu número de telefone pode travar a tela dispositivo inserindo apenas inserindo o dado e concluindo um desafio de segurança por meio de qualquer outro dispositivo. A medida busca dar mais tempo para que o usuário recupere os detalhes da sua conta e acesse opções mais robustas no Encontre Meu Dispositivo – como a localização do aparelho ou a exclusão de todo seu conteúdo, diz a empresa.
Bloqueio de dispositivo offline: é comum que celulares roubados sejam desconectados da internet para não serem localizados ou bloqueados. Este novo recurso vai bloquear automaticamente a tela do celular Android caso fique longos períodos sem acesso à internet.
Para fazer parte do grupo de testes das ferramentas, é preciso se inscrever em site do Google (aqui).
Para desenvolvedores
A empresa também vai liberar aqui, no final do mês para um grupo de desenvolvedores, uma versão “aprimorada” do Play Protect, ferramenta que varre o aparelho em busca de ameaças de segurança e vulnerabilidades.
A nova versão impede que sejam instalados no dispositivo aplicativos que baixados por meio de navegadores, apps de mensagens ou gerenciadores de arquivo; ou incluam permissões de acesso consideradas sensíveis, como de leitura de mensagens SMS, notificações e de acessibilidade, usualmente exploradas indevidamente por fraudadores.
Participam do desenvolvimento e testes da nova versão empresas como Motorola e Samsung, principais vendedoras de celulares Android do mercado brasileiro.