Desligamento de redes 2G/3G ameaça o sinal das “maquininhas”, alerta a Abecs

Para entidade que representa empresas de cartões de crédito, Anatel deve planejar um desligamento vislumbrando prazo de no mínimo 5 anos e levando em conta que o parque de maquininhas atual é majoritariamente 3G

(crédito: Freepik)

A Abecs (Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviço) também enviou contribuição à Tomada de Subsídio nº 23 da Anatel, que trata do desligamento das redes 2G/3G no país. A entidade alerta que os terminais de pagamento, conhecidos popularmente como maquininhas, são na maioria 3G. O 2G também é utilizado como rede alternativa, acessada nos momentos em que a terceira geração não funciona.

E lembra que, embora poucas, as maquininhas 4G utilizam a rede 3G quanto o LTE não as alcança. “Ou seja, ainda que tivéssemos 100% do parque com a tecnologia 4G, o 3G ainda teria relevância para a conectividade dos clientes”, afirma.

A Abecs afirma que o ciclo de renovação do parque de maquininhas tem um ritmo próprio, longo, baseado na vida útil do aparelhos. “Em 2015, quando a tecnologia 3G já era muito madura, a quase totalidade das maquininhas desta indústria utilizava a tecnologia 2G. Atualmente, ao se considerar a tecnologia 4G consolidada, observa-se a maioria das maquininhas nos milhares de estabelecimentos comerciais do País transacionando nas redes 3G”, explicou.

No setor de pagamento, cada terminal tem vida útil média de 5 anos. Por isso, recomenta que a transição do 2G/3G para o 4G vislumbre um período equivalente.

“Caso a transição seja estabelecida em um período inferior, haverá o risco de não cumprimento e troca substancial dos parques de terminais pelas adquirentes nos estados brasileiros, gerando impacto logístico, financeiro, social e sustentável para as instituições de pagamento e para suas referidas bases de estabelecimentos comerciais, empreendedores e clientes”, alerta.

A organização ressalta que mesmo os fabricantes de maquininhas ainda produzem equipamentos 3G de forma predominante. “A oferta de portfólio de terminais na opção 5G ainda é baixa e, em consonância, os equipamentos de conexão 4G não estão completamente estabelecidos e difundidos entre as adquirentes”, conclui.

Abranet

A Abranet, entidade que representa provedores de internet, também mandou contribuição manifestando preocupação com o impacto do eventual desligamento das redes móveis legadas sobre as maquininhas. Além disso, sugeriu flexibilização das regras para uso de antenas externas e reforçadores de sinal, pois há parte da população que vivem em áreas onde tal ferramenta é necessária. “Assim, a ABRANET propõe a extinção dos procedimentos atuais e a adoção das boas práticas internacionais e de procedimentos semelhantes aos adotados pela FCC nos Estados Unidos”.

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Rafael Bucco

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