Desligamento de clientes Oi Móvel não impacta sinergias e reduz Fistel, diz CEO da Vivo
O desligamento de 3 milhões de clientes transferidos da Oi Móvel para a Vivo, considerados por esta inativos, não terá efeito sobre as sinergias de custos operacionais e de investimentos de rede, afirmou Christian Gebara, CEO da Vivo, nesta manhã, na conferência dos resultados do terceiro trimestre.
Segundo ele, a Vivo divulgou até o momento apenas sinergias operacionais, que não se relacionam à geração de receitas – esta, sim, potencialmente afetada pela retirada da base de um quarto dos 12,5 milhões de clientes herdados da Oi Móvel.
Por isso, Gebara manteve inalterada a previsão de sinergias totais de Opex e Capex em R$ 5,4 bilhões com a aquisição de fatia dos ativos móveis da Oi – o mesmo do preço justo considerado pela Vivo.
Ele enfatizou, ainda, que os desligamentos têm um efeito positivo tributário, pois reduz despesas com o Fistel, tributo setorial cobrado pela Anatel para cada celular ativo declarado pelas operadoras.
Disputa com a Oi
Gebara admitiu que a briga com a Oi para rever o preço pago pela unidade móvel tem relação com o encolhimento da base de clientes ativos. Ele contou que a Vivo já depositou em juízo R$ 488,45 milhões, cobrados judicialmente pela Oi depois que a Vivo, a TIM e a Claro contestaram o valor total da transação. Teria de pagar ainda outros R$ 587 milhões, em discussão. Este segundo montante, porém, não está no âmbito da decisão que determinou o depósito em juízo.
O trio quer desconto de R$ 3 bilhões na Oi Móvel, arrematada por R$ 16,5 bilhões. A Oi discorda. Processo de arbitragem está em andamento na B3, ainda sem data para conclusão, disse Gebara. “Fomos para arbitragem. Enquanto isso, o dinheiro está em conta judicial”, falou.
A fatia comprada pela Vivo contribuiu no terceiro trimestre com R$793,5 milhões em receita operacional líquida e deu R$5,7 milhões de prejuízo à companhia.