Combate a fake news estará articulado ao debate internacional, diz Brant
O combate a fake news e à desinformação digital em escala estará articulado ao debate internacional, afirmou hoje, 15, João Brant, Secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência. Segundo ele, essa é uma preocupação do presidente Lula. ” Temos a clareza de que não adianta o Brasil atuar isolado no contexto internacional, até porque as plataformas são globais. Há agenda com Europa, Estados Unidos e diferentes organizações multilaterais”, afirmou.
Segundo Brant, a política do combate a fake news, ou à desinformação digital irá caminhar em dois ritmos: o emergencial e outro, que vai travar o diálogo com a sociedade civil, empresas, e o Parlamento. Mas eixo central dos dois movimentos é a construção de soluções que tratem da proteção de direitos. ” A desinformação em escala compromete o direito de a sociedade estar bem informada”, completou.
O maior exemplo dessa desinformação em massa, apontou o secretário, foi dado no dia 8 de janeiro, com os atos de vandalismo nos três poderes da República. ” Um dos fatores que ajuda a explicar o dia 8 de janeiro é a própria estrutura das plataformas digitais, que estão baseadas em externalidades negativas em seus modelos de negócios”, afirmou. E explica: ” O engajamento é indicador central para a organização dos sistemas dessas plataformas, que gera o círculo virtuoso para alguns ou vicioso para mim”, disse.
Direito à informação
Conforme João Brant, pesquisa realizada após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, apontou que, embora 75% dos entrevistados tenham discordado do que foi feito,48% entenderam que eles eram justificadas. Ou ainda, 40% afirmaram que Lula não teve mais votos do que o ex-presidente Bolsonaro ou que a intervenção militar deveria ser implementada para 37% dos entrevistados.
Para dele, fontes de informação segmentadas e fragmentadas provocam um conjunto de fatores sociais, políticos e tecnológicos que ajudam a criar essa realidade paralela no Brasil, e que precisa ser combatida, com a perspectiva de que se deve assegurar o direito à informação.
João Brant participou de Seminário promovido pelo Teletime e Universidade de Brasília.