ByteDance diz que não venderá operação do TikTok nos EUA
A ByteDance, proprietária do TikTok, diz que não tem planos para vender a operação do aplicativo nos Estados Unidos, contrariando determinação de uma lei sancionada por Joe Biden nesta semana.
A companhia ainda destacou que relatos de que estaria considerando vender a rede social de vídeos curtos “não são verdadeiros”. O posicionamento foi compartilhado pela ByteDance no Toutiao, uma plataforma de notícias da empresa na China, na quinta-feira, 25.
Embora tenha forte apelo no Ocidente – nos Estados Unidos, conta com cerca de 170 milhões de usuários –, o TikTok representa uma participação pequena da receita global da ByteDance.
Além disso, a controladora não tem interesse em alienar o aplicativo porque suas outras operações utilizam o mesmo algoritmo incorporado à rede social, de acordo com informações publicadas pela Reuters. Desse modo, a companhia prefere encerrar as atividades nos Estados Unidos em vez de passar o controle da ferramenta para uma empresa norte-americana.
Entre sábado, 20, e terça-feira, 23, a Câmara e o Senado dos Estados Unidos aprovaram uma proposta que força a ByteDance a vender o TikTok para que o app continue em operação no país. Do contrário, o aplicativo será banido do território norte-americano. O projeto foi sancionado pelo presidente Joe Biden na quarta-feira, 24.
Com isso, a empresa tem 270 dias para encontrar um comprador para a ferramenta. Caso as autoridades norte-americanas avaliem que a companhia está progredindo nas negociações, o prazo pode ser estendido por mais três meses,
O prazo inicial de nove meses termina justamente um dia antes do término do mandato de Biden na presidência dos Estados Unidos (19 de janeiro de 2025). O atual mandatário deve concorrer pela reeleição neste ano contra o ex-presidente Donald Trump, que, após tentar banir o TikTok há alguns anos, agora se mostra mais favorável à permanência do aplicativo nos smartphones dos norte-americanos.
Após a sanção da lei, o CEO do TikTok, Shou Chew, afirmou que a empresa vai contestar a decisão na Justiça. Ele também pediu apoio aos 170 milhões de usuários nos Estados Unidos e às 7 milhões de empresas norte-americanas que utilizam a ferramenta diariamente. “Fique tranquilo, não vamos a lugar nenhum”, disse o executivo, em vídeo.