BTGPactual diz que Oi pode obter até R$ 18 bi pela unidade móvel

Analistas do banco se dizem confiantes com as perspectivas da companhia, embora a situação do caixa ainda seja desafiadora.

O banco BTGPactual divulgou ontem, 16, um relatório contendo expectativas quanto a Oi para o ano de 2020. O material, assinado pelos analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi, aponta que a venda das operações móveis da companhia pode render entre R$ 15 bilhões e R$ 18 bilhões.

Os analistas descartam, no entanto, que a venda da unidade móvel seja iminente. Antes, a operadora, que atravessa uma recuperação judicial, receberá por debêntures emitidos com garantia que somam R$ 2,5 bilhões, como anunciado em dezembro. Venderá sua participação de 25% na angolana Unitel, provavelmente para a petroleira local Sonangol – operação esta que já estaria muito perto de ser concluída. E se desfará de torres ainda neste trimestre, por cerca de R$ 500 milhões.

Esses movimentos, juntamente com o recebimento de R$ 669 milhões do Sistel, e de R$ 79 milhões pela venda de um edifício à Universidade de Santa Catarina, reforçam o caixa da companhia para o ano.

O BTG calcula que a tele precise queimar ao menos R$ 3,7 bilhões em caixa em 2020. Quanto restava em caixa em 2019 ainda não foi revelado pela companhia – a estimativa dos analistas é de que a empresa terminou o ano com R$ 2 bilhões a R$ 2,2 bilhões em reserva.

A Oi vai precisar obter R$ 6,5 bilhões para realizar sua reestruturação nos próximos dois anos. Os analistas são otimistas, elogiam o novo comando da operadora e seu “renovado senso de urgência”. Além da venda de torres e da Unitel, há confiança na venda de data centers e rede de fibra no estado de São Paulo ainda este ano – transações que podem resultar em mais R$ 2 bilhões no caixa -, e de edificações – outros R$ 2 bilhões.

Para as rivais, Sequeira e Carfi acreditam que a compra da Oi Móvel é estratégica. Vivo e TIM, especialmente, devem ser as principais interessas. “Leilões de espectro podem ser uma forma de diminuir essa diferença em relação à Claro, mas a Oi oferece 92 MHz de espectro, R$ 7,5 bilhões em receitas, ganhos de escala e sinergias, ao mesmo tempo em que [a compra] fecha as portas para a entrantes”, concluem.

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Rafael Bucco

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