Após Oi, 2W Ecobank negocia venda de energia com outras grandes teles

Empresa procura operadoras para ofertar energia de fontes renováveis a clientes de serviços de telecomunicações; até o momento, serviço tem sido usado por 20 assinantes da Oi
2W Ecobank procura firmar parceria com outras teles além da Oi
2W Ecobank anunciou a nova marca com show de drones em São Paulo (crédito: Divulgação/2W Ecobank)

Após fechar contrato com a Oi em outubro do ano passado, a 2W Ecobank (antiga 2W Energia) negocia com outras grandes teles parcerias para ofertar serviço de assinatura de energia renovável com a intenção de alcançar clientes que já têm planos de serviços de telecomunicações.

“Estamos em negociação com outras grandes”, afirmou Claudy Marcondes, vice-presidente de Operações e Marketing da 2W, ao Tele.Síntese, na quinta-feira, 9, durante evento no Jockey Club de São Paulo, no qual a empresa anunciou a renovação da marca e a ampliação dos negócios.

Apesar de a parceria com a Oi ter sido anunciada há quase cinco meses, até o momento, o serviço de energia renovável é utilizado somente por cerca de 20 clientes-piloto.

Segundo o executivo, a empresa precisou desenvolver uma plataforma que funcionasse junto ao sistema da operadora, além de treinar o corpo funcional da Oi para realizar a venda do insumo. Cerca de dez gerentes da Oi Soluções, braço B2B da telecom, e 50 do setor de Pequenas e Médias Empresas (PMEs) passaram por treinamento.

“Queríamos ter lançado em mar aberto com a Oi no ano passado, mas demorou um pouco mais do que prevíamos por questão de treinamento e engajamento”, contou Marcondes.

Passada a fase de implementação do sistema, a contratação do serviço já está disponível para assinantes da tele. Até aqui, os esforços se concentram na atração de clientes empresariais porque o mercado livre de energia, segmento em que a 2W atua e que permite a negociação de preço e quantidade de eletricidade, ainda não está disponível para consumidores residenciais.

A expectativa é de que setor seja aberto a residências urbanas e rurais em janeiro de 2028, conforme a Portaria 690/2022, do Ministério de Minas e Energia (MME), o que deve ampliar significativamente o mercado potencial da empresa, sobretudo por meio de parcerias com as teles.

“As maiores telecoms estão buscando se tornar plataformas de negócios – deixar de ser só um core de produto de telefonia e passar a oferecer outros [serviços] para rentabilizar a base. Energia tem um potencial gigante para elas”, avaliou Marcondes.

Segundo o executivo, a parceria com a Oi e as que eventualmente vierem com outras teles têm o objetivo de fazer a empresa ganhar escala e propagar a marca no cenário nacional. A situação da operadora, que deu início ao segundo processo de recuperação judicial no início deste mês, por ora, não preocupa a 2W.

“O que nos prejudicaria é se a base de clientes da Oi diminuísse, porque teríamos um mercado potencial menor para acessar. Mas se a base de clientes se mantiver, ofertar o nosso produto para eles independente da recuperação judicial. Depende muito mais do funcionamento da plataforma”, assegurou o executivo.

Ampliação dos negócios

Na noite de quinta-feira, 9, a 2W Energia anunciou que passou a se chamar 2W Ecobank. Além de comercializar e gerar energia eólica, a empresa vai oferecer serviços financeiros e de sustentabilidade para negócios de todos os portes.

Na prática, além de migrar clientes do mercado cativo para o mercado livre de energia, a empresa vai ofertar produtos relacionados à sustentabilidade, como totem de carregamento para veículos elétricos e inventário de carbono, e típicos do setor financeiro, como conta digital e linhas de crédito e financiamento diferenciadas.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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