Anatel avalia fazer leilões de espectro em 2025, 2027 e 2029
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estuda realizar leilões de faixas do espectro radioelétrico nos anos de 2025, 2027 e 2029, indicou Vinícius Caram, superintendente de Outorgas, Espectro e Recursos à Prestação do órgão regulador, nesta quinta-feira, 20, em São Paulo.
As frequências ainda não foram definidas, mas devem levar em conta as demandas apontadas por empresas em uma tomada de subsídios lançada pela agência neste ano.
De acordo com Caram, as possíveis licitações ainda serão discutidas com as demais superintendências. Ele ressaltou que a agência trabalha com a possibilidade de promover leilões de forma escalonada, passando por bandas distintas (baixa, média e alta) do espectro. Também destacou a intenção de levar o 5G para as faixas abaixo de 1 GHz.
“A proposta da área técnica seria levar os três leilões para serem avaliados. Estamos vendo o interesse. Pela tomada de subsídios, há um interesse muito grande a curto prazo em sub 1 GHz”, pontuou.
Além do espectro
Em sua fala, Caram cutucou as operadoras pela forma como operam as redes móveis. O superintendente disse que o País criou “uma dependência de espectro sem novos investimentos em infraestrutura”.
Ele citou que há 90 mil estações rádio base no território nacional, quantidade que está “congelada há mais de três anos”. Nesse contexto, afirmou que a agregação de tecnologias no mesmo site pode gerar ineficiência nos serviços prestados.
“A Anatel deu mais espectro, mas foi tudo sendo usado no mesmo site. Novos sites não estão sendo colocados, o modelo começa a ficar ineficiente”, frisou, em evento do site Teletime.
6 GHz e D2D
Caram também demonstrou apoio ao pedido das teles pela destinação de parte da faixa de 6 GHz ao serviço celular. Segundo ele, a frequência tem capacidade de gerar eficiência ao tráfego de dados por ter canais de 200 MHz, 300 MHz e 400 MHz contínuos. “Estou com a bandeira dos 6 GHz para o 6G”, afirmou.
Além disso, disse que faixas acima de 10 GHz comprometem a mobilidade dos dispositivos móveis. “Não tem largura de banda para fazer 6G com mobilidade. Dá para fazer com engenharia, mas quantas estações rádio base serão necessárias?”, questionou.
Em breve comentário, o superintendente da Anatel ainda sinalizou que o direct to device (D2D), tecnologia que permite levar conexão direta via satélite a celulares, deve estar disponível de forma comercial no Brasil em cinco anos.
Caram também indicou que a Anatel deve disponibilizar na semana que vem um painel que identifica as áreas do território nacional com espectro em utilização e ocioso, a fim de incentivar o uso secundário das radiofrequências.