Teles querem colocar mais 100 MHz no próximo leilão da 5G

Faixa fica entre 3,6 GHz e 3,7 GHz, onde há serviços fixos satelitais que, dizem as operadoras, convivem de forma harmoniosa com a 5G.

As operadoras móveis aproveitaram o evento organizado pela Anatel na semana passada, no qual juntamente com fornecedores debateram 5G com o conselheiro Emmanoel Campelo, para pedir que o próximo leilão tenha ao menos mais 100 MHz de espectro destinado às redes móveis. Não apenas as empresas defenderam uma formatação diferente da que foi proposta por Vicente Aquino, relator do edital, como defenderam aumento do espectro em banda intermediária a ser licitado.

As teles, através do SindiTelebrasil, apresentaram à Anatel proposta para mudar de lugar canais de TVRO hoje localizados em 3,6 GHz para acima dos 3,8 GHz. Dessa forma, os 100 MHz existentes entre 3,6 GHz e 3,7 GHz seriam liberados para uso pela telefonia móvel.

“Uma avaliação técnica e econômica desta iniciativa para liberar a faixa 3,6 GHz e 3,7 GHz imediatamente para o IMT, inclusive com a avaliação de eventuais mitigações e ressarcimentos, poderia ser realizada antes mesmo da colocação em consulta pública da proposta do edital, para que esses 100 MHz adicionais na faixa pudessem, eventualmente, já serem disponibilizados para o IMT”, cogitam as teles na nota técnica entregue a Campelo na última quinta-feira.

O uso do celular conviveria, dizem as teles, sem problemas com serviços de dados por satélite (VSats) localizados em 3,7 GHz. Estes sistemas, chamados FSS (de fixed satellite services) possuem sistemas de recepção mais robustos e podem “conviver de maneira harmoniosa somente com intervenções de boa engenharia com os sistemas IMT operando na faixa adjacente”, alega o sindicato.

Além destes 100 MHz, haveria ainda uma banda de guarda virtual para evitar possíveis interferências na TVRO instalada acima de 3,7 GHz.

Para Fracisco Soares, diretor sênior de relações governamentais, a ideia parece atender a um requisito colocado pela indústria, de que é preciso ao menos 100 MHz de banda por operadora para que o 5G seja percebido com o máximo de qualidade.

“A Qualcomm defende a existência de mais espectro. A migração da TVRO para a banda Ku resolveria isso, mas essa proposta de migrar a TVRO para a banda estendida, liberando 100 MHz acima de 3,6 GHz é interessante para a indústria”, afirma o executivo.

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Rafael Bucco

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