V.tal oferece R$ 5,68 bilhões pela Oi Fibra
A operadora de rede neutra V.tal, controlada pelo BTG Pactual, deve mesmo ser a vencedora da segunda rodada do leilão da unidade de clientes de fibra da Oi – a ClientCo. A empresa foi a única participante após um vaivém de decisões judiciais pouco tempo antes da abertura dos envelopes. Apresentou na audiência realizada nesta quarta-feira, 25, pelo TJ-RJ, oferta que totaliza R$ 5,68 bilhões.
A proposta será enviada agora para avaliação dos credores que aportaram dinheiro novo na Oi, conforme previsto no plano de recuperação judicial. Eles terão 10 dias para avaliar a oferta e dizer se a aprovam ou recusam. Na primeira rodada, apenas Ligga apresentou proposta de R$ 1,03 bilhão, que foi recusada. Depois, a operação precisará ser aprovada por Anatel e CADE.
O preço sugerido pela V.tal não envolve dinheiro vivo. A proposta foi toda elaborada com troca de ações, perdão de dívida e compromissos à Oi. O montante será pago da seguinte forma: R$ 4,99 bilhões em ações de emissão da V.tal; R$ 375 milhões a partir de créditos extraconcursais detidos pela V.tal contra a Oi; e R$ 308 milhões em dação à Oi de debêntures.
Embora o preço a ser pago não envolva dinheiro vivo, e sim outras formas de compensação, se aproxima contabilmente mais do valor de firma estimado pela Oi pela sua base de clientes de banda larga em fibra óptica. A unidade possui 4,3 milhões de clientes e atende em 296 cidades. Além da base de assinantes, empresa do BTG também ficará com os ONTs, os equipamentos na casa dos clientes.
“Com a venda da Clientco completamos mais uma etapa do nosso Plano de Recuperação Judicial e seguimos no processo de transformação operacional da companhia. A Oi manterá suas atividades no segmento corporativo e empresarial, com serviços de conectividade e TIC através da Oi Soluções”, disse o CEO da Oi , Mateus Bandeira.
Já era esperado que a V.tal levasse a Oi Fibra. A empresa de rede neutra tinha firmado em abril compromisso com os credores para apresentar oferta pela unidade na segunda rodada do leilão, caso nenhuma outra proposta atrativa aparecesse. Desde então, outras empresas sondaram o ativo, entre as quais Vivo, TIM, Sky, Vero, Brasil Tecpar. Mas o carregamento de contratos de uso oneroso da rede neutra afastou os potenciais interessados.
