Governo ainda não apresentou a lista dos pontos de fibra da rede privativa
A lista dos 6,5 mil órgãos públicos que vão receber fibra óptica para se conectarem à rede privativa de segurança nacional ainda não está pronta. A relação está sendo feita a várias mãos dentro do governo. O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos ficou encarregado de obter os pontos desejados por diferentes pastas e remeter isso ao MCOM, o que ainda não aconteceu, apurou o Tele.Síntese.
O projeto é parte dos compromissos do leilão 5G. Usará R$ 1 bilhão dos recursos levantados com a licitação de frequências. Vai entregar banda larga fixa rápida em órgãos públicos em todas as capitais e uma rede móvel 4G no Distrito Federal.
Enquanto isso, a EAF (Siga Antenado), entidade criada para executar as obras, e o Gaispi, aguardam as orientações. Na última reunião, ocorrida na quarta-feira, 29, o grupo concordou em iniciar os trabalhos mesmo sem a lista completa. Mas, ainda assim, pontuou que precisa receber algo concreto até o fim do ano.
O trabalho exige detalhamento. A rede fixa vai complementar redes governamentais já existentes. Será composta por backhauls, redes metropolitanas, redes de acesso, pontos de presença de rede e terminais para atendimento aos pontos de governo (os CPE) em 26 capitais de estado. O backbone será o da Telebras.
A rede terá como características mínimas, conforme o edital do 5G, link de 10 Mbps de conexão simétrica à internet e 10 Mbps de rede privada (MPLS) pelo menos, SD-WAN, 99,5% de disponibilidade. Em certos pontos, que serão indicados pelo governo, o link será igual ou superior a 1 Gbps. Cerca de 80% da rede deve ser óptica, os 20% demais 20%, poderão receber outras tecnologias.
O próprio número de 6,5 mil pontos pode variar, a depender da disponibilidade de recursos. Cada ponto de presença vai receber um conjunto mínimo de infraestrutura, como controle de acesso físico, banco de baterias seladas, ar-condicionado, sistemas de alarmes, vigilância por vídeo.
Organizar a compras disso tudo e sistematizar os trabalhos exigirá tempo e já há quem duvide, entre os participantes do Gaispi, que seja possível entregar as obras antes de 2026.
A EAF também deverá entregar 80 mil dispositivos de criptografia de dados para usuários, tanto de acesso à rede fixa, como à rede móvel. O cronograma do projeto será definido pela Siga Antenado, baseando na demanda de pontos apresentada pelo governo.