O que busca a Mega com a aquisição da Samm por R$ 100 milhões
A Mega vai pagar R$ 100 milhões à CCR pela Samm, unidade da concessionária de rodovias detentora de rede de telecomunicações ao longo das rodovias que administra. O negócio foi anunciado na quinta-feira à noite, 28. Mas o que busca a Mega com a transação?
A empresa diz que a compra, a maior planejada para este ano, não será a última. Faz parte do projeto de fazer da Mega uma empresa nacional especializada em serviços de telecomunicações voltadas ao segmento corporativo.
A aquisição inclui ativos de rede atravessa Sul e Sudeste, com interligações entre São Paulo ao Rio de Janeiro, além de interligações no interior do Estado de SP, em cidades estratégicas como Campinas, Sorocaba e São Jose dos Campos. E uma rede backbone que que corta toda a região do Sul do país.
A rede da Samm é utilizada por operadoras de telecomunicações, provedores de acesso à internet, grandes clientes corporativos e empresas de conteúdo nacionais e internacionais. A carteira clientes também muda de dono, e a própria CCR continua a ser cliente da empresa que deixa de ser do grupo.
Com essa aquisição a Mega fortalecerá sua presença em redes de longa distância (backbones).
“Essa é uma aquisição transformacional para a Mega. Estamos cientes da responsabilidade de dar continuidade ao legado que a SAMM trouxe para o mercado e seus clientes. Juntos, contando com os novos sistemas incorporados, somados às redes existentes, teremos uma poderosa plataforma para podermos melhor atender aos nossos clientes de atacado e corporativos estratégicos”, disse Carlos Eduardo Sedeh, CEO da Mega.
O executivo espera grandes sinergias. “Uma plataforma de cerca de 7000 km de redes, sendo 5000km enterradas em estradas, interligando SP-RIO-BH CTA-SC-POA, além dos ramais no interior de São Paulo, fazem a Samm ter um ativo altamente complementar a rede Mega. Hoje, realizamos o closing da operação da Internexa e s Samm também trará uma sinergia sobre a rede da ITX, onde teremos a otimização de equipes, infraestrutura, entre outros aspectos que trarão uma eficiência operacional e financeira”.
Aos clientes que eram da Samm, a Mega vai oferecer produtos e serviços de TI complementares. O negócio ainda vai passar por avaliação de Cade e Anatel. As empresas acreditam que o aval sairá rapidamente, em cerca de 60 dias.
Em seu site, a Samm afirma ter um backbone com mais de 4,89 mil km de extensão, em topologia de anel, iluminada com DWDM de 4 Tbps de capacidade, redundância e automação. O backbone é 100% subterrâneo e tem equipes próprias de manutenção. Em 2023, a CCR reportou receitas de R$ 68,15 milhões com serviços de fibra óptica, uma queda de 19,2% em relação a 2022.
A CCR havia recebido em dezembro de 2022 proposta de aquisição da Samm pela Luna Fibra, no montante de R$ 245 milhões. O negócio, embora tenha sido autorizado pelo Cade, não foi concluído após desistência da compradora, em dezembro de 2023.