Vivo vai passar fibra em 2,3 milhões de casas neste ano

Operadora aumenta receitas no FTTH com ofertas mais caras e fim dos descontos no primeiro mês. Prepara lançamento de serviço de empréstimo monetário para o segundo semestre do ano. E aguarda o aval ao compartilhamento de rede com a TIM.

A Vivo seguirá focada na expansão de sua rede FTTH em 2020. A operadora pretende acrescentar mais 2,3 milhões de casas aptas a receber banda larga e TV paga por meio da fibra, elevando assim a quantidade de homes passed para 13,3 milhões. O CEO da companhia, Christian Gebara, revelou a meta hoje, 19, durante conferência com analistas a respeito dos resultados de 2019. Se bem sucedida, a estratégia repetirá a quantidade de HPs adicionados no ano passado.

Segundo ele, a implantação do FTTH acontecerá em duas vertentes: de um lado, a fibra chegará a novas cidades e locais que ainda dependem do cobre (aDSL); de outro, acessos hoje em FTTC, ou seja, em que a fibra chega a um armário da operadora no bairro e dali é distribuído por cobre aos usuários, passarão por upgrade. Somando as casas aptas a receber a banda larga por FTTC e por FTTH, a base de ultra-banda larga da operadora alcançou 21,1 milhões no ano passado.

Atualmente, a operadora atende 164 cidades com serviço de banda larga por FTTH. No ano passado, adicionou 43 cidades. Gebara não falou quantas cidades será preciso cobrir para chegar ao objetivo anunciado hoje. Mas ressaltou que além do crescimento orgânico, em que a operadora faz todo o investimento em expansão, espera também contribuição importante da parceria firmada com a American Tower para cobrir cidades de Minas Gerais.

Anunciada no quarto trimestre de 2019, a parceria prevê a construção da infraestrutura por parte da ATC. Os custos seriam rateados entre ambas as empresas, e após o término, a Vivo faria o lease da rede de acesso.

Outra modalidade de expansão do FTTH serão as franquias. Mas o executivo diz que o modelo ainda não deve deslanchar em 2020. Ele explicou que este será um ano de prospecção de interessados em construir redes e pagar royalties para usar a marca Terra, ou atrair provedores que já possuam a rede mas queiram migrar para a marca.

Ele não descarta, ainda, a aquisição de ISPs. Mas disse que, até o momento, a Vivo não identificou oportunidades.

Parceria com a TIM no móvel

Gebara comentou ainda o andamento do acordo firmado com a TIM para compartilhamento de rede 2G, 3G e 4G. Segundo ele, os contratos ainda aguardam o aval regulatório para que as empresas iniciem os projeto. Anunciado também em 2019, o projeto prevê a divisão do país em dois, com uma operadora responsável pela rede 2G em cada pedaço. No 3G e 4G, o acordo vislumbra a cobertura compartilhada em cidades com até 30 mil habitantes.

“Esse acordo nos fará chegar a cidades onde ainda não estamos, terá papel importante em reduzir custos operacionais. E com a proximidade da 5G, será ainda mais importante para sermos competitivos”, disse, após ressaltar que a partilha vai liberar espectro e recursos da rede para novas tecnologias.

Aumento de preços

Gebara destacou também que desde o final do terceiro trimestre de 2019 a companhia busca “racionalizar” os preços dos seus produtos. Dessa forma, elevou as mensalidades da banda larga fixa, especialmente no FTTH. Fez isso retirando de cena ofertas abaixo de 100 Mbps e o desconto no primeiro mês de uso. Também passou a focar mais a venda de acessos de 300 Mbps, de maior valor agregado.

No móvel, o movimento foi parecido. Depois de elevar preços no controle e no pós-pago, com adição de SVAs, a operadora aumentou os preços do pré-pago no final do ano. Hoje, a recarga semanal mínima do usuário pré é de R$ 12 por semana. A tele deixou de oferecer recarga de R$ 10.

“A racionalidade que víamos no pós e no controle agora chega ao pré-pago. Obviamente, a economia precisa nos ajudar, se o desemprego cair, terá maior consumo, e teremos mais pré-pagos”, afirmou o CEO.

O executivo contou ainda que a tele vem focando esforços para atrair mais clientes a suas lojas. O reflexo se deu em 2019 com aumento das vendas de smartphones. Mas há também objetivos para ampliação da venda de acessórios, de serviços de casa conectada, para carro conectado e B2B.

Vivo Money

A Vivo vai lançar no segundo semestre do ano o serviço Vivo Money. O produto passa por um piloto e permitirá que pessoas sem conta bancária, assinantes de planos controle ou pré-pagos, realizem empréstimos. A iniciativa faz parte da estratégia da companhia de monetizar seu gigantesco banco de dados com a distribuição de novos serviços.

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Rafael Bucco

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