Venda do DTH da Oi para a Sky deve ser concluída só em 2023

CEO da Oi afirmou que a venda da base de clientes pós-pagos de TV por satélite (DTH) deve demorar para ser concluída pois ainda precisa do aval do juiz da recuperação judicial e, depois, do Cade, onde deve enfrentar longa análise.

A Oi informou na conferência com analistas de mercado dos resultados do segundo trimestre, quando teve prejuízo, que o acordo de venda da base pós-paga de TV paga via satélite (DTH) para a Sky deve ser concluído em 2023. O negócio precisa do aval do juiz da recuperação judicial da Oi e deve enfrentar uma análise de cerca de nove meses no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

As empresas, que já receberam aval do Ministério Público no âmbito do processo de recuperação judicial para selar o negócio diante da ausência de outros interessados, firmaram o term sheet, documento contendo detalhes do negócio e obrigações que deverão ser entregues pela Oi, em 28 de abril.

Rodrigo Abreu, CEO da Oi, lembrou hoje, 12, que a transação tem de passar pelo escrutínio do Cade. Mas como as empresas aguardam o aval derradeiro do juiz Fernando Viana, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, ainda não protocolaram o pedido para análise do xerife concorrencial.

A Sky propôs pagar R$ 768 milhões pela base pós-paga de DTH da Oi, assumir também custos com a programação da operadora e de infraestrutura de IPTV. Dessa forma, a Oi poderá revender planos de TV paga via fibra óptica (IPTV) sem o custo de licenciamento do conteúdo.

Abreu explicou que a transação vai compensar em parte o alto custo da Oi com aluguel de satélite para transmissão dos canais de TV paga – ou seja, o dinheiro recebido já tem como destinação pagar a SES, fornecedora do satélite.

Além de receber a base de clientes pós-pagos de TV paga por satélite da Oi, a Sky vai prestar serviços de comercialização de planos IPTV, com compartilhamento de receitas entre ambas as empresas.

O fechamento do negócio garantirá à Oi a execução de sua estratégia de desinvestimento do negócio de TV por
assinatura com base na tecnologia DTH, ao mesmo tempo em que possibilitará a manutenção de uma participação importante na geração de receitas com TV por assinatura via IPTV. As plataformas e equipamentos IPTV permanecerão de propriedade da Oi ou outras empresas do grupo, completa a empresa no balanço apresentado ontem.

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Rafael Bucco

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