Venda da Oi Móvel para Claro, TIM e Vivo garantirá a continuidade do serviço, diz Félix
O presidente da Claro Brasil, José Félix, defendeu hoje, 15, a iniciativa da empresa de participar de consórcio para adquirir os ativos móveis da Oi. Em apresentação realizada no Painel Telebrasil, evento digital organizado pela entidade que representar as teles nacionais, o executivo defendeu que a consolidação não vai reduzir a competição, mas garantir a continuidade do serviço prestado atualmente pela Oi e trazer mais equilíbrio ao setor.
“É uma solução de mercado, sem nenhum centavo do contribuinte e que afasta qualquer risco de continuidade do serviço. A Anatel e o ministério [MCTIC], há bem pouco tempo atrás, estavam preocupados com a possível descontinuidade dos serviços prestados pela operadora [Oi]”, afirmou.
Segundo ele, as três grandes empresas têm o capital para ajudar a Oi a sair da recuperação judicial. Ao mesmo tempo, por já conhecerem o mercado local, evitam a entrada de um novo concorrente sem o mesmo know-how, em sua opinião.
“Isso preserva e amplia a competição, pois evita a concentração de clientes e frequências em uma única operadora. Acho que o Brasil terá enormes benefícios pois será atendido por empresas que já conhecem o mercado – não tá entrando aqui nenhum aventureiro. São empresas capazes de competir de forma agressiva”, disse.
Muitos competidores
Para Félix, o mercado local não comporta mais que três grandes competidores na telefonia móvel. E a situação financeira da Oi, assim como da Nextel, vendida ano passado, serviriam para comprovar a tese. “Três [competidores] é um bom numero para a telefonia móvel, quatro é complexo. Não é a troco de nada que a Nextel teve que ser vendida em situação falimentar, não é a toa que a Oi está do jeito que está”, falou.
A Nextel foi comprada pela própria Claro em dezembro de 2019. O negócio colocou a operadora em posição de vantagem frente às rivais quanto à quantidade de espectro detido na maioria dos estados brasileiros. Espectro é importante que para o serviço móvel entregue mais estabilidade e velocidade na transmissão de dados.
Já a Oi passa por recuperação judicial desde meados de 2016. No começo deste mês, os credores da Oi aprovaram um aditamento ao plano original, autorizando a venda da unidade móvel. O consórcio formado por Claro, TIM e Vivo propôs pagar R$ 17,3 bilhões, entre dinheiro e compromissos de utilização de rede de transporte da Oi, o que garantiu ao grupo preferência na compra quando o leilão dos ativos for realizado, no final do ano.