O setor que digitaliza o país não pode ter aumento de impostos, alerta presidente da Claro

José Félix entende que o futuro do setor depende do ambiente de negócios, e o aumento de impostos não pode ser considerado, mas teme o que virá na reforma tributária.
José Félix, presidente da Claro teme aumento de impostos Crédito-Divulgação
José Félix diz que as operadoras têm receita flat há oito anos. Crédito-Divulgação.

O presidente da Claro, José Félix, está temeroso em relação à reforma tributária pois ainda não tem certeza se ela irá provocar mais aumento de impostos para o setor de telecomunicações. O executivo disse não saber com precisão ainda quais são os efeitos da proposta que está tramitando no Congresso Nacional, mas salienta que o futuro do setor depender do ambiente de negócios.

” O setor que é responsável pela digitalização do país não pode sofrer mais aumento de impostos”, afirmou Félix, em evento do site de notícias Teletime, que comemorou hoje 25 anos.

Félix lembrou que, nos últimos oito anos, as operadoras de telecomunicações têm reportado receita flat  de R$ 135 bilhões por ano. Valor esse que permanece constante mesmo com a inflação, e os investimentos realizados que significaram, inclusive, a mudança de quatro gerações tecnológicas da telefonia móvel. ” As empresas mantêm a receita flat, mas são pressionadas pela inflação, pelo Capex, pelas obrigações regulatórias, que geram mais custos. A população não tem mais dinheiro para pagar mais imposto”, afirmou.

Ao mesmo tempo, avalia, houve uma brutal transferência de recursos do setor para as big techs e aplicativos e, segundo ele, o 5G ainda não conseguiu trazer novas receitas para as operadoras. Disse ainda estar esperando uma resposta dos vendors para que produzam equipamentos para a frequência de 26 GHz, que foi comprada por várias empresas no leilão do 5G da anatel, inclusive a Claro, mas que ainda não pode ser ocupada, por falta de equipamentos. ” Nós gastamos 3 bilhões de reais para adquirir essas frequências, e esse dinheiro não pode ficar parado. Precisamos dos 400 MHz desse espectro para prestar serviço à população”, cobrou.

Nova Geração

Para o executivo, as redes SDN ( ou redes Definidas por Software) e a expansão das API (Interface de Programação de Aplicações) irão comandar a nova geração de telecomunicações. ” Ainda serão criadas as novas gerações de redes e de necessidades”, afimou.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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