União precisa coordenar a infraestrutura dos vários níveis da federação, defendem operadoras
A União precisa coordenar e harmonizar o entendimento dos diferentes segmentos e dos vários níveis da Federação sobre a necessidade de expansão da infraestrutura de telecomunicações antes do leilão da 5G, marcado para ocorrer no primeiro trimestre do ano passado, sob o risco dessa tecnologia não vingar plenamente no Brasil. O alerta foi feito hoje, 25, pelo diretor de Relações Institucionais e Assuntos Corporativos da Telefônica Vivo, Enylson Camoseli, durante o 57 Encontro Tele.Síntese, da Momento Editorial.
” Se não houver uma harmonização, o país vai pagar com ineficiência da produtividade e vai pagar com a não implementação plena do 5G, que é uma tecnologia transformadora dos meios de produção”, alertou ele.
Citou como exemplo dessa urgência o fato de que a Lei das Antenas, sancionada em 2015, até hoje não estar implementada. Lembrou que a 5G irá demandar pelo menos 5 vezes mais antenas do que as 90 mil instaladas atualmente, e que a própria legislação precisa acompanhar as alterações tecnológicas. “A legislação vê o setor como se estivéssemos há 15 anos, mas até o conceito das antenas mudou radicalmente, quando precisaremos instalar esses equipamentos em cada quadra ou bairro”, afirmou.
Para Marcelo Mejias, diretor de Políticas Públicas da TIM Brasil, se há no país muita “hipocrisia regulatória”, ele aponta que o lançamento do Pert (Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações) pela Anatel demonstra uma importante maturidade institucional. ” Sabemos de onde viemos e para onde vamos, agora precisamos avançar”, afirmou.
Ele ressaltou que a tecnologia 5G vai aproximar ainda mais os serviços móveis dos fixos, e que serão necessárias as mais variadas linhas de financiamentos, sejam o modelo de uso dos recursos do Fust (Fundo de Universalização) de forma reembolsável, alternativa proposta pela Anatel e BNDES, seja sob a forma de subsídio direto. “Estima-se que a universalização da banda larga e o ingresso da 5G irão demandar investimentos de 300 bilhões de reais. E não se consegue alavancar esse nível de investimento somente com o capital privado”, salientou.
Fust
O vice-presidente de Relações Institucionais da Claro Brasil, Fábio Andrade, por sua vez, defende que não se desista dos recursos do Fust já arrecadados, e que eles sejam aplicados efetivamente para ampliar a oferta de serviços de telecomunicações. ” Existem mais de 12o projetos no Congresso Nacional que propõem a destinação desses recursos para as mais variadas utilidades, mas, entendo que, se ele não for usado para o que foi criado, não deveria mais existir”, afirmou.