TIM e Huawei testam 5G no espectro de 6GHz

No Brasil, faixa não é reservada às operadoras, mas TIM e Huawei buscam demonstrar o potencial do espectro caso utilizado para conexões móveis celulares. Segundo empresas, resultados mostram similaridade da faixa com a de 3,5 GHz, esta sim destinada ao uso das operadoras.

Foto: Freepik

A TIM e a Huawei concluíram o primeiro teste bem-sucedido de 5G dentro do espectro de 6GHz realizado nas Américas. O experimento ocorreu em um biosite da operadora no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro, replicando desafios reais enfrentados em áreas urbanas.

O principal objetivo de TIM e Huawei com o teste foi validar o desempenho, a velocidade, a cobertura e a confiabilidade do 5G na faixa de frequência de 6GHz, que pode complementar a de 3,5 GHz quando essa estiver no seu limite de uso. O uso do espectro, no Brasil, no entanto é não licenciado – ou seja, pode ser utilizado por sistemas WiFi sem proteção aos ocupantes.

Há pressão de operadoras e fabricantes de redes móveis para rever a regra e reservar a metade da faixa para o segmento celular. Mas a Anatel é contra, e vai levar essa posição à próxima Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC-23), que acontece entre novembro e dezembro.

Com o teste, a TIM espera demonstrar o potencial para as redes celulares. “A faixa demonstrou ser a melhor alternativa futura de espectro nas bandas médias para o 5G e, por isso, nossa recomendação é a destinação equilibrada entre o uso licenciado e o não licenciado”, afirma Átila Xavier, diretor de Arquitetura, Tecnologia e Inovação da TIM Brasil.

Segundo as empresas, foram realizadas avaliações abrangentes para medir as velocidades de download e upload, a latência, as distâncias cobertas e a qualidade de transmissão de dados.

No primeiro teste, em campo aberto e a uma distância de 135 metros, o desempenho alcançou 1Gbps. O segundo teste também foi realizado em espaço aberto, mas com a obstrução de árvores e a uma distância de 230 metros. O download atingiu 1,21 Gbps. O último teste mediu o sinal proveniente de um campo aberto para dentro de uma edificação localizada a 270 metros, com um throughput, que é a quantidade de dados transferidos de um lugar a outro, de 987 Mbps.

Em todos os cenários testados, que contaram com uma liberação de uso temporário de faixa por parte da Anatel, o desempenho do 5G no espectro de 6 GHz foi comparável ao operado em 3,5 GHz, tanto em termos de capacidade quanto de cobertura. A velocidade média dos testes ficou em 888 Mbps a uma distância de 700 metros, alcançando um máximo de 1,38 Gbps.

“A nossa expectativa com o uso da faixa de 6 GHz é também a massificação de aplicações IoT, o que, naturalmente, demandará mais espectro”, acrescenta Xavier.

Para a Huawei, o teste demonstra “a viabilidade de uso da tecnologia IMT (celular) na banda de 6GHz, em condições semelhantes ao uso da Banda de 3.5GHz”, comenta Carlos Lauria, Diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da Huawei Brasil.

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Rafael Bucco

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