Teles começam a dar respostas rápidas para o excesso de telemarketing, afirma Anatel
A superintendente de Relações com os Consumidores da Anatel, Elisa Leonel, afirmou hoje, 29, para o Tele.Síntese, que nem a Anatel nem as operadoras irão esperar seis meses para buscar resolver o excesso de contatos de telemarketing que os usuários estão recebendo, uma questão que está sendo tratada pela agência e as operadoras desde o ano passado. “Não é razoável supor que a gente está falando para o consumidor que só em seis meses iremos resolver esse problema”, afirmou ela.
Segundo Elisa, as operadoras, individualmente, já estão desenvolvendo medidas próprias para resolver os problemas, medidas essas que começaram a ser debatidas com a Anatel no ano passado, que começam a ser implementadas, e que serão acompanhadas pela Agência.
- Por orientação do conselho diretor, vamos passar a acompanhar a implementação dessas medidas. O que irá demorar seis meses é um Código de Conduta, que vai padronizar a atuação de todas. Mas até lá, elas não podem ficar paradas, afirmou ela.
Hoje, em entrevista ao jornal Valor Econômico, o secretário Nacional do Consumidor (Senacom), Luciano Timm, disse que estuda regular a questão por iniciativa própria, tendo em vista que considera o prazo de seis meses acertado entre as operadoras e a Anatel muito longo.
Segundo Elisa, as medidas que estão sendo implementadas pelas operadoras para evitar as ligações abusivas não impedirão que seja implementado o Código de Conduta para Ofertas de Serviços de Telecomunicações por meio de Telemarketing, anunciado nesta semana como primeira iniciativa de autorregulação do setor. ” Se a gente olhar para a complexidade de se fazer um desenho de autorregulação, de governança, e da criação de uma estrutura que sirva não só para esse tema, como para vários outros, seis meses é absolutamente razoável”, afirmou ela.
Conselho com a Sociedade
Conforme fontes das operadoras, as empresas pensam em criar uma estrutura autônoma, que contará com a participação de conselheiros representantes de diferentes segmentos da sociedade civil, inclusive dos consumidores, para fortalecer a governança dessa iniciativa, e assim poder avançar na autorregulação em outros temas da agenda setorial. “Fizemos estudos de benchmarking e constatamos que o modelo adotado no Brasil da Febraban é bem interessante”, afirma essa fonte.
A carta de princípios entregue pelas operadoras à Anatel enumera os temas a serem tratados nessa primeira iniciativa:
- Ligar para os consumidores apenas em horários adequados
- Não ligar de forma insistente para os consumidores
- Respeitar o desejo dos consumidores de não receber ligações
- Receber e tratar reclamações sobre ligações indesejadas
- Garantir a aderência à Lei de Proteção de Dados Pessoais
- Cooperar na melhoria das práticas de telemarketing em outros setores