Telefónica vê sinergias “significativas” em eventual fusão com a Oi

Executivo do grupo espanhol acredita na consolidação do mercado brasileiro, mas afirma que a Oi precisa antes sair da recuperação judicial. Diz esperar, também, que não seja permitido a nenhum player agir sozinho.

Ángel Vilá (foto), COO do grupo espanhol Telefónica afirmou hoje, 5, acreditar na consolidação como forma de melhorar o retorno das operadoras e disse que uma operação que reúna a Vivo a ativos da Oi tende a “criar valor significativo em função das sinergias”. O comentário se deu durante conferência dos resultados do grupo no terceiro trimestre.

Ele ressaltou, no entanto, que não existe nenhuma proposta formal na mesa de negociação no momento. “A Oi não disse a ninguém formalmente que está vendendo seus ativos móveis, mas vamos monitorar de perto a situação”, afirmou o executivo. O comentário está em linha com o que já disse Chistian Gebara, presidente da Vivo, na última semana.

Vilá disse ainda desejar que não se permita a um único grupo comprar a Oi inteira. “Esperamos que, caso a consolidação seja permitida, nenhum dos três players seja capaz de fazê-la sozinho”, afirmou. Ele lembrou que, para que haja qualquer proposta, a Oi precisa antes concluir sua recuperação judicial.

“Então tem muitas peças. Por mais que o tema pareça um dejá-vu, muitas estrelas precisam estar alinhadas para acontecer. Parece que agora está chegando o momento em que esse alinhamento acontecerá”, acrescentou.

Quanto ao capital necessário para a aquisição de parte da Oi, Vila destacou que será preciso um volume grande de dinheiro. “Ainda é muito cedo, no entanto, para pensar nisso, até porque seria uma operação com mais partes envolvidas”, falou. Para se manter capaz de entrar no negócio, quando e se vier a ocorrer, o executivo diz que a Telefónica pretende manter o grau de investimento recebido de empresas de análise de risco e dar continuidade à redução do endividamento.

Torres

O COO do grupo Telefónica conversou com os analistas também sobre a “monetização” de torres detidas no Brasil. O grupo está transferindo parte de suas torres próprias para a subsidiária Telxius, que poderá alugá-las a concorrentes. Atualmente, a Telxius tem 18 mil torres. O grupo Telefónica tem 69 mil torres, dois terços das quais distribuídas entre Alemanha, Reino Unido, Espanha e Brasil.

No trimestre, a companhia já fez a transferências para a Telxius de cerca de 1 mil torres que pertenciam a subsidiárias da Espanha, Peru e Chile. “Brasil, Alemanha e Reino Unido virão nos próximos trimestres”, disse.

Segundo ele, o plano é monetizar todas as torres que possam ser transferidas. Mas para isso é preciso determinar quais torres podem ser destinadas para serviços de colocation e qual a capacidade técnica das estruturas. “Temos de concluir esse filtro. Vamos monetizar esses ativos de maneira gradual”, completou.

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Rafael Bucco

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