Telefônica insistirá na franquia em banda larga fixa

Amos Genish, CEO da companhia, elogia postura da Anatel, cogita existência de franquia em planos segmentados e diz que discussão dará oportunidade de abordar temas como impostos e universalização da banda larga.

A Telefônica não pretende desistir de adotar franquia na sua banda larga fixa por cobre ou fibra. Amos Genish, CEO da operadora, elogia a postura da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de “tomar a frente do debate público sobre o assunto”, e disse que espera, ainda para este ano, um desfecho para o assunto. Na última semana, a agência proibiu qualquer mudança nas ofertas no que se refere à franquia, por tempo indeterminado.

Para o executivo, que falou a analistas ao comentar os resultados financeiros da companhia no primeiro trimestre do ano, a legislação brasileira permite, sim, a adoção da franquia na banda larga fixa. Críticos da medida afirmam o contrário. Ele observa, no entanto, que as regras poderiam ser mais claras, e que o debate vai esclarecer quais tipos de planos e pacotes poderão trazer limites ao uso de dados.

“Por exemplo, para usuários low end, deveria ter limite? São várias questões que o debate vai esclarecer. E tenho certeza que as operadoras serão sensíveis. O consumo de banda está crescendo e as operadoras percebem que seria melhor para todos ter ofertas diferentes conforme o uso”, falou.

Genish se disse otimista e afirmou que a polêmica levanta questões que vão além do consumo de dados. “Abre margem para discutir os impostos sobre banda larga e os planos do governo de expandir a banda larga no país. Acho que o resultado será positivo”, disse.

Ele ressaltou que o governo tem desafios a cumprir com seu plano de universalização da banda larga. Lembrou que neste segmento a competição é muito diferente da vista em telefonia móvel. Afirmou que são dois os principais competidores na banda larga, enquanto no celular são cinco operadoras lutando por espaço.

Para Genish, o governo ainda precisa chegar a uma equação que torne atraente para as operadoras investirem na universalização da banda larga. ” A falta de transmissão e backbone torna certas áreas pouco atraentes, e o fato de o consumidor ali não conseguir pagar o mesmo que em outras áreas também deve contar na discussão”, avaliou. Também elogiou a iniciativa de rever os contratos de concessão ainda este ano, por parte do governo. “É um assunto complicado. MAs acho que qualquer modelo será melhor do que o que temos hoje”.

Expansão
O executivo falou, ainda, que pretende expandir pouco a rede de fibra da GVT neste ano. Segundo ele, a operadora vai construir nova rede de fibra em apenas duas, no máximo quatro, cidades onde ainda não atua. Em 2017 esse investimento deve crescer, e novas 10 cidades devem ser coberta pela rede óptica. Isso vai coincidir com uma busca maior por clientes de FTTH, cuja previsão é se tornar foco de atração e migração de clientes a partir do ano que vem. Atualmente, o FTTx representa R$ 554 milhões da receita de rede fixa da operadora.

Ele também espera para os próximos dois meses a conclusão de renegociação de valores junto a provedores de conteúdos de TV, incluindo a Globosat, em função da integração das operações com a GVT.

Genish também depositou as fichas na internet das coisas como futura fonte relevante de receita. “Se você olhar à frente para IoT, o segmento mostra o potencial no mercado móvel. A Vivo assumiu a liderança em M2M este trimestre, era a quarta em oferta há quatro anos. Estamos fazendo investimentos no segmento. Talvez ano que vem vejamos uma evolução muito interessante em IoT, que levará a um novo crescimento do negócio móvel”, destacou.

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Rafael Bucco

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