Sinergias entre Telefônica e GVT somaram R$ 623 milhões em 2015

Amos Genish, presidente da operadora, descarta novo ano de desconexões em massa de usuários pré-pagos inativos e quer encerrar 2016 com 60% da base móvel usando 4G.

telefonicasA Telefônica Vivo vai manter o foco em colher sinergias da fusão com a GVT, adquirida em 2015. No ano que passou, a empresa diz ter economizado R$ 635 milhões, quase a totalidade disso nos investimentos (CAPEX). O compartilhamento de rotas de backbone gerou economia de R$ 337 milhões, enquanto o de backhaul, R$ 166 milhões. A rede de fibra da GVT também levou a economias de R$ 103 milhões na última milha.

Amos Genish, presidente da operadora, comemorou os números e manteve a projeção de sinergias de até R$ 16,2 bilhões, no melhor cenário possível, e de pelo menos R$ 9,6 bilhões no pior caso. Até quando, no entanto, não foi dito. Ele falou a analistas sobre o resultado financeiro de 2015 na tarde desta quinta-feira.

Disse que a integração de equipes e sistemas acontece em ritmo acelerado. Algumas iniciativas que eram previstas para acontecer apenas este ano já foram concluídas ainda em 2015, como a integração dos sistemas de TV, oferta de produtos GVT nas lojas da Telefônica em São Paulo, integração de TI para ofertas conjuntas, unificação das marcas, entre outros.

De partida para comandar a nova empresa de infraestrutura do grupo Telefónica, a Telxius, o CFO Alberto Horcajo resumiu: “A aquisição transformou nossa cultura e nosso marketing”. 

2016
Genish garantiu que a redução dos gastos vão continuar ao longo do ano. O executivo afirmou que a estratégia permanece sobre o consumidor, com ofertas centradas em dados. Nos serviços móveis, a pessoa física representa 80% da receita no pós-pago. Os demais, 20%, são de assinantes corporativos. A demanda B2B, contou, caiu ao longo de 2015, em linha com o desaquecimento econômico.

Segundo ele, o ritmo de desconexões de clientes inativos vai diminuir bastante em 2016. Em 2015, foram mais de 9 milhões de usuários pré-pagos desligados. “Ao final do ano terminamos a desconexão dos clientes que não davam retorno. Ficamos com uma base estável. Os deligamentos em massa ficaram para trás”, disse.

A limpeza da base foi concluída, mas a companhia manterá uma política restritiva quanto a usuários que geram pouca receita. O objetivo é aumentar a receita média por usuário (ARPU). Em 2015 a ARPU cresceu +4,8%. O ARPU de dados aumentou 39,2%.

A Telefônica Vivo também pretende ampliar a quantidade de usuários 4G. Atualmente, eles são ao redor de 46%. A Vivo quer encerrar 2016 com 60% dos usuários móveis na quarta geração. Até 2018, a proporção deverá atingir 80%. O motivo está no retorno. Os clientes 4G geram 15% mais receita que os 3G. O CAPEX do ano deve atingir R$ 8,9 bilhões, ante R$ 8,3 bilhões em 2015.

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Rafael Bucco

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