Sky desiste de comprar base de DTH pós-paga da Oi
A Sky Brasil desistiu de comprar a base de usuários de TV paga por satélite (DTH) da Oi, informou a operadora em comunicado enviado à CVM na noite de ontem, 2.
Segundo a Oi, a rescisão foi “unilateral” e em desacordo com os termos assinados entre as partes em 28 de abril de 2022. A empresa, hoje com foco em banda larga fixa, sinaliza intenção de recorrer à Justiça.
“A Oi informa ainda que iniciará uma nova discussão com a Sky quanto às consequências da referida rescisão unilateral, sendo certo que, caso as subsequentes interações se tornem infrutíferas, avaliará as medidas cabíveis para resguardar os seus direitos”, avisa a companhia no comunicado.
A Oi ressalta que a Sky se comprometeu a adquirir a base DTH da tele e contratar serviços da Oi relacionados à infraestrutura IPTV. O acordo tinha valor informado à Justiça de R$ 786 milhões e chegou a ser homologado no âmbito da primeira recuperação judicial da Oi.
Afirma também, a Oi, que forneceu todas as informações necessárias à conclusão da transação, primeiro à AT&T (antiga controladora da Sky), depois ao grupo argentino Werthein, permitindo a realização de Due Diligence. Apesar disso, ontem recebeu a informação da rescisão.
A Sky tinha em abril de 2022 a segunda maior base de clientes de TV por assinatura do Brasil, totalizando 4,1 milhões, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). No ranking nacional, a empresa fica atrás apenas da Claro, que somava 6,4 milhões de assinantes. Já a Oi tinha 1,7 milhão de assinantes em seus serviços de TV.
O mercado de TV por assinatura, no entanto, vem encolhendo rapidamente. Hoje, 3 de outubro de 2023, a Sky tem 3,58 milhões de clientes no DTH, enquanto a Oi tem 1,5 milhões de assinantes, desconsiderando a modalidade fixa. Os dados da Anatel não segregam a base pré-paga da pós-paga.
A venda do ativo era importante para a Oi, que passa por recuperação judicial desde 2016 e negocia, neste momento, um novo plano junto a credores de pagamento da dívida, com entrada de capital novo e conversão de dívida em participação societária. A negociações estão previstas para acabar em dezembro, mas podem se estender até 2024 caso sejam prorrogadas pela Justiça.