Salesforce quer reguladores examinando compra do LinkedIn pela Microsoft
Meses após perder para a Microsoft a aquisição do LinkedIn, a Salesforce decidiu, nesta quinta-feira (29), manifestar-se juntos aos reguladores dos Estados Unidos e da União Europeia sobre a ameaça à concorrência e à privacidade que o negócio pode vir a representar. O negócio de US$ 26,2 bilhões foi praticamente liberado pelos reguladores dos EUA e ainda não foi oficialmente apresentado para aprovação da União Europeia.
A informação foi divulgada em comunicado da empresa, pelo diretor jurídico Burke Norton, no qual ele afirma que a proposta de aquisição da Microsoft do LinkedIn ameaça o futuro da inovação e competição. “Ao adquirir a propriedade do conjunto de dados exclusivo do LinkedIn de mais de 450 milhões de profissionais em mais de 200 países, a Microsoft será capaz de negar aos concorrentes acesso a esses dados, e assim obter uma vantagem competitiva injusta”, disse.
Se os reguladores europeus, que já começaram a colher dados sobre o caso, demorarem na análise do processo, poderão postergar o fechamento do negócio, que Microsoft e LinkedIn esperavam concluir este ano. A comissária da Concorrência da União Europeia, Margrethe Vestager, já manifestou preocupações sobre como o controle dos dados das empresas de tecnologia pode estrangular a concorrência.
Aparentemente, a Microsoft está tranquila com o encaminhamento do processo e a nova investida da Salesforce não deve provocar mudanças de rumo. “O acordo já foi totalmente esclarecido e está para ser fechado nos Estados Unidos, no Canadá e no Brasil,” informou Brad Smith, diretor jurídico da Microsoft, em um comunicado. “Estamos comprometidos em continuar trabalhando para trazer concorrência de preços para um mercado de CRM em que Salesforce é o participante dominante cobrando dos clientes preços mais altos hoje.”
A Salesforce é o principal fornecedor de software para gerenciamento de relacionamento com clientes (CRM), de acordo com o Gartner. Em 2015, teve 20 por cento do mercado global em receita, enquanto a Microsoft ficou em quarto lugar, com 4,3 por cento. (Com noticiário internacional)