Regras assimétricas para celular vão acabar com os “caçadores de WiFi”

O presidente da Unifique, Fabiano Busnardo, disse que essa realidade irá mudar com a ampliação da competição, pelos operadores regionais, no mercado de telefonia celular.

Atualmente, os clientes de telefonia celular são “caçadores de WiFi”, seja porque o serviço está fora do ar, seja porque é muito caro, e essa situação será alterada quando a competição se fortalecer, prometeu o presidente da Unifique, Fabiano Busnardo, durante o Congresso da Associação NEO 25 anos. Segundo ele, os provedores regionais de internet não estão querendo vantagens competitivas, mas sim a chance de ingressarem no mercado e, por isso, apoiam a iniciativa da Anatel de criar regras assimétricas ex ante para o segmento de telefonia móvel.

Fabiano Ferreira, CEO a Vero Internet, disse que, mesmo as operadoras que não têm frequências próprias mas que já atuam no mercado de telefonia celular em MVNO, como é o caso AmericaNet, recentemente incorporada à Vero, enfrentam questões que precisam ser melhor reguladas pela Anatel. Em sua avaliação, a qualidade oferecida pela empresas que disponibilizam suas redes para a atuação da Operadora Móvel Virtual (MVNO) deveria ser igual a que asseguram para si próprias, mas isso não tem ocorrido.

” É preciso haver indicadores claros de qualidade a ser entregue para os MVNOs, para que a competição seja justa”, afirmou Ferreira Segundo ele, a Americanet possui 26% de sua base de banda larga fixa com telefonia celular, mesmo nas cidades paulistas que têm mais de três competidores. E, se as normas da Anatel adotarem  medidas pró-competição, a Vero pretende ampliar para outras cidades onde atua a oferta de serviços móveis. ” Com garantia de competição  justa, no final o consumidor sai ganhando”, disse.

Renato Paschoareli, VP de Estratégia e Regulação a Algar Telecom, por sua vez, afirmou que não se pode distorcer a realidade do mercado nacional de telecomunicações para evitar que maior competição se instale no segmento de telefonia móvel, pois a escala entre os operadores regionais e os operadores de grande porte é ” desproporcional”. “Se somarmos os clientes dos 100 maiores provedores de internet não chega nem à metade do número de clientes de celular da TIM”, concluiu.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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