Reforma tributária ameaça 9% dos lucros de TIM e Vivo
Os analistas do banco BTG Pactual publicaram hoje, 7, mais detalhes dos impactos financeiros que a reforma tributária proposta pelo ministro Paulo Guedes trará para o setor de telecomunicações, especialmente para as operadoras TIM e Vivo.
A proposta de uma segunda fase da reforma foi entregue ao Congresso em 25 de junho, e tratou essencialmente do imposto de renda. O texto elimina os benefícios fiscais hoje existentes nas operações com juros sobre capital; corta em 5% impostos para pessoa jurídica; e institui imposto de 20% sobre dividendos (atualmente dividendos são isentos).
O banco já havia estimado que a Vivo seria a principal impactada caso a reforma seja aprovada pelo Congresso Nacional da forma como se apresenta. A estimativa é que a Vivo pague 50% e a TIM, de 70% a 80% de seus dividendos via juros sobre capital próprio. Se houver a reforma, as duas empresas pagarão, em média, 6,5% mais impostos e o lucro cairá 9%.
O banco manteve a posição de que a Vivo seria a maior penalizada do setor de telecom. A operadora veria o lucro (net income) diminuir 8,9% em 2022 e 9,3% em 2023, caso a reforma seja aprovada como está. A TIM, por sua vez, teria queda no lucro de 8% e 8,6% nos mesmos anos.
Se para as operadoras de telecomunicações o impacto seria forte, para o setor de tecnologia da informação (TI) o impacto seria mais diverso. Haveria ganhadoras e perdedoras. A Totvs, por exemplo, sofreria aumento da taxação e redução dos lucros, como se vê na tabela. Já a Locaweb e a Bemobi teriam tributação reduzida e incremento da lucratividade.
Os analistas ressaltam que é impossível prever o trâmite do texto no Congresso. Afirmam ainda que, se a reforma não sair ainda este ano, dificilmente será aprovada em 2022, ano de eleições presidenciais.